05 - Destino muito louco

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Com o passar dos dias, me via cada vez mais cheia de preocupações na cabeça.

As contas não paravam de chegar, sem contar com a mensalidade do balé.

Estava tão sobrecarregada que não conseguia nem mesmo focar direito nas aulas, só essa semana já levei bronca umas cinco vezes por errar passos simples.

— Violet?

— Oi? — Saio de meus pensamentos vendo Glenda parada na minha frente.

— Estou te chamando a um tempão, o que houve?

— Nada não... Não se preocupe.

— Fala sério né, conta logo.

— Eu ainda não consegui arrumar um emprego, e minhas contas não param de chegar, eu acho que irei desistir do balé e...

— Ei! Calma aí, uma coisa de cada vez. Que história é essa de desistir do balé!? Está louca mulher?

— Eu não tenho escolha...

— Você não Tinha escolha. Porra, eu tô aqui.

— O que quer dizer?

— Eu vou conseguir um emprego para você.

— Não me dê esperanças.

— Alguém aí falou em emprego? — Alexis surge com suas sapatilhas nas mãos.

— Sim, as coisas não estão fáceis. — Respondo.

— Você falou para ela daquele lugar? — Ela questiona Glenda.

— Que lugar?

— Melhor não, ela é nova ainda, além do mais, isso não é para ela.

— Eu estou bem aqui, e agora quero saber.

— Sério Violet, vai por mim, isso não é para você.

— Tudo bem então.

Não faço ideia do que elas estavam se referindo, então resolvi apenas esquecer.

Um dia depois, Glenda me ligou dizendo que um amigo do pai dela estava precisando de uma babá, que cuidasse da filha dele, três vezes por semana.

E é claro que eu aceitei, preciso muito de dinheiro, ou não sei o que farei.

Ela me disse que eu já começo amanhã se quisesse, e que o nome do pai do garoto era Kai.

Então fiz questão de dormir cedo, e deixar uma roupa o mais comportada possível separada para ir.

Não quero causar uma má impressão logo no primeiro dia.

•••

No dia seguinte, acordo super cedo, me arrumo e fico a espera de um táxi, que demora até demais para passar.

Ao chegar no endereço dado, me deparo com uma casa enorme, e seguranças na porta.

Entro no local,  e não sabia nem por onde ir, mas por sorte a cozinheira da casa me levou até a sala.

— Então você é a nova babá.

— Sim... Não esperava que fosse aqui nesse castelo.

— Não se preocupe, o senhor Kai é muito gentil, e a filha dele também.

— Me sinto melhor ao saber.

Ela me deixa na sala, retornando para a cozinha, e lá eu fico estática.

Não demora para que ela retorne com uma garotinha ao seu lado.


Essa é...

— Jess, essa é a sua nova babá.

Não pode ser...

— Você é a Violet? Chegou cedo.  Ouço a voz familiar vindo de trás de mim.

Me viro para confirmar e o vejo, o moço que me fez atrasar para a minha aula.

— Olha papai, é a moça dos olhos brilhantes.

Ele se espanta ao me ver, mas logo abre um sorriso contido.

— Você... Achei que trabalhasse na lojinha do Centro.

— Trabalhava... Agora estou aqui.

— O destino é muito louco. — Ele passa por mim indo para a cozinha.

E não deixo de reparar no seu corpo, ele estava sem camisa, e seus cabelos estavam úmidos, provavelmente recém saído do banho.

A cozinheira faz sinal para que eu o siga, e assim eu faço.

— Minha filha gostou de você no momento em que te viu, e olha só, agora você é babá dela.

— Fico feliz em ouvir isso.

— Já tomou café? — Questiona enquanto pegava uma fatia de pão.

Que dia...

Sr E Sra Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora