36 - Mãe

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Assim que vejo a porta se abrir, eu me levanto subitamente, pela tensão que sentia

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Assim que vejo a porta se abrir, eu me levanto subitamente, pela tensão que sentia.

Era ele... Kai entra no quarto desacreditado, seus olhos iam de mim, a minha barriga, e olhando para ele posso ver seus olhos brilharem. E apesar de não dizer uma só palavra, só a sua presença já era o suficiente para que eu me sentisse sem jeito.

Eu não sabia o que dizer para ele. Eu tinha que dizer algo? Eu deveria dizer algo?

Rápido demais para reagir ele se aproxima, caindo de joelhos em minha frente e em um ato repentino, Kai aproxima o seu rosto próximo a minha barriga, com as mãos também espalmadas nela.

— Como você cresceu, filho... — Ele sussurrava.

E quase de imediato começo a sentir os movimentos dele se mexendo dentro de mim.

— Eu também senti sua falta...

Ele estava chorando?

Sinto uma pontada de culpa vendo essa cena. Era a primeira vez que via Kai dessa forma, mesmo que por um instante, ele estava vulnerável, e não estava fazendo questão de esconder isso agora. Isso é só mais uma razão que mostra o quanto ele ama essa criança.

Ele está fazendo com que eu me sinta egoísta.

Vejo Kai se levantar, limpando rapidamente as lágrimas que escapavam de seus olhos e sem dizer nada, ele caminha em direção a porta novamente.

— Kai... — O chamo, mesmo não sabendo o que eu falaria a seguir.

— Não! Eu não quero ouvir nada que você tenha a falar. — Rosnando ele responde, ainda de costas.

— Eu só estava fazendo o que qualquer mãe faria...

— Qualquer mãe? — Com um sorriso sarcástico no rosto ele se vira. — Está falando sério? Eu confiei em você! Porra! Tínhamos um acordo!

— Acha que eu não sei?

— Eu sabia que não daria certo, eu sabia que assinar aquele maldito contrato com você me traria problemas!

— E mesmo assim assinou. Então não adianta falar essas coisas agora.

— Me escuta bem... Você não pisará os pés fora daqui sem mim, até que o meu filho nasça.

— E depois? Vai atirar em mim, assim como fez com a mãe da sua filha?

— Acha que eu queria fazer aquilo? Ela poderia ter te matado, sabia?!

— Para Kai! Não finja que se importa comigo, porque eu sei que a única coisa que importa pra você é essa criança, e no momento em que ele nascer, eu serei como ela, não é?!

— Aquilo foi só mais uma consequência das minhas escolhas ruins. Eu jamais devia ter deixado que ela mantivesse contato com a Jess, mas em respeito ao que tivemos no passado, eu permiti, e olha no que deu... A Elisa nunca foi de fato a mãe da Jess, ela nunca deu o amor que a minha filha merecia, e eu não posso permitir que essa história se repita.

— Não me compare com aquela mulher, porque eu não sou igual a ela.

— Acha mesmo que ela sempre foi daquela forma? O dinheiro, a ganância deixou ela totalmente cega.

— O dinheiro não cega ninguém Kai, ele só releva o que somos por dentro.

— Que seja.

— Eu amo o meu filho... E daria a minha vida por ele, Kai... Você não pode me afastar dele... Ele precisa de uma mãe.

— Não se preocupe, nada faltará para ele. — Ele fala por fim, saindo do quarto.

Essa é a consequência de um ato tomado pelo desespero... Por que eu assinei aquele contrato?

Sr E Sra Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora