08 - Proposta de milhões

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Passaram-se dois meses desde que me tornei babá três vezes por semana

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Passaram-se dois meses desde que me tornei babá três vezes por semana.

Eu amo cuidar da pequena Jess, ela é um doce, mas, as coisas andam meio apertadas para mim, tipo, muito mesmo.

Eu não fico lá a semana inteira, e nem o dia inteiro, então não ganho tanto quanto um emprego normal, não queria decepcionar a Jess, pois sei que ela se apegou a minha presença, é só uma criança, ainda mais com a ausência constante do pai. Mas as dividas só crescem, e sem dinheiro para paga-las terei que sair de lá e procurar outro emprego.

Ou irei acabar tendo que desistir do meu sonho.

— Então Violet, você vem com a gente? — Glenda pergunta assim que saímos da academia de dança.

— Não sei não... Não estou podendo gastar, sabe.

— Para né, não precisa se preocupar com isso.

— Se você insiste. — Dou de ombros.

Afinal, estava mesmo precisando espairecer a cabeça, um barzinho poderia ajudar.

— Glenda, preciso te falar uma coisa... — Chamo a atenção dela que pedia mais uma bebida para nós.

— O que foi amiga? Parece tensa.

— É sobre o emprego que me ajudou a conseguir.

— O que houve?

— Eu gosto de lá, gosto muito, mas acho que não poderei ficar mais... — Dou um gole na bebida.

— O que? Por que?

— Eu não trabalho todos os dias da semana... Então não ganho o equivalente a um emprego normal, entende?

— Puta merda, sim, eu nem tinha parado pra pensar nisso.

— Então é isso...

Ela parecia pensativa e relutante, não sei se não havia gostado do que falei ou só estava pensativa mesmo.

— Glenda..?

— Então... Lembra quando a Alexis falou sobre ter um lugar..?

— Sim... Eu nem entendi o que ela quis dizer na verdade...

Ela se vira para mim e começa a falar mais baixo.

— Tem um lugar, que algumas garotas vão, e ganham muito dinheiro.

Meus olhos brilharam com tal informação, as garotas do balé, e muito dinheiro... Era tudo que eu precisava ouvir.

— Por que não me disse isso antes? Onde é?— Pergunto eufórica.

— Calma... Não é um lugar comum, já aviso.

— O que elas fazem,afinal?

— Aí depende. Escuta... Estou falando de propostas de milhões, garotas que ficam ricas com isso.

— Certo... Está começando a me assustar.

— Esse é um mundo oculto que sempre existiu, pessoas cheias de grana, famosos, eles fazem contratos.

— Contratos? Espera... Do que você está falando?

— Não se surpreende vendo tantos casamentos entre famosos, ou pessoas milionárias comecarem e acabarem tão rápido?

— Sim mas... Isso é normal para eles.

— Não Violet, eles fazem isso puramente por um propósito específico, alguns se casam apenas pelo breve momento de notícias e destaque, estamos falando de pessoas famosas, elas querem ser o centro das atenções, e quando deixam de ser, então o contrato acaba, e eles se "divorciam".

— Tá, pode ser, mas... Por que está me falando isso? Nem famosa eu sou.

— Como eu disse, cada um tem o seu propósito, tem os milionários que não são famosos, mas que também fazem contratos.

— Que tipo de contrato?

— Acompanhantes, esposas, filhos.

— Filhos? Como assim?

— Resumindo. Eles são bem vistos, pessoas importantes, que por serem ricos não confiam em qualquer uma, eles acham que podem ser passados para trás, ou até mesmo acabar com uma interesseira, por essas questões machistas, eles decidem pagar por uma esposa de faixada, que será" casada" com ele, e assim, lhe dará um filho, afinal, toda essa fortuna precisa ficar para alguém.

— Está falando de barriga de aluguel?

— É tipo isso, mas pegaria super mal, um homem de poder simplesmente aparecer com um filho, eles precisam desse teatro, de exibir sua mulher, e depois que o filho nasce, eles podem se divorciar.

— Isso é uma loucura, loucura demais pra se pensar.

— Concordo com você. Sabe a Alexis? Ela foi acompanhante por um ano de um ricasso, uma namorada contratada.

— A Alexis...

— Pois é, hoje ela tem uma casa dos sonhos, um carro, e só anda de grife.

— Isso é errado... Aceitar proposta desses homens machistas, que só querem nos exibir como troféus só para depois nos descartar.

— Sim, mas pensa comigo... Eles já fazem isso com a gente de graça, nada mais justo do que nos compensar por isso.

O pior disso tudo é que ela estava estranhamente certa.

Sr E Sra Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora