5 - Sussurros de Desilusão

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A festa já estava em pleno vapor, e a atmosfera pulsava com uma energia contagiante

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A festa já estava em pleno vapor, e a atmosfera pulsava com uma energia contagiante. O lugar estava tomado por uma densa névoa de fumaça, misturada ao cheiro forte de cigarro e o aroma doce e energizante das bebidas. Luzes piscavam em tons vibrantes, criando um jogo hipnotizante de cores que dançavam nas paredes. A música alta reverberava no chão, fazendo meu corpo se mover sem que eu pudesse controlar. Eu estava na minha 15ª dose de tequila, e a euforia da noite me levou a beijar tantas pessoas que, honestamente, já havia perdido a conta.

Enquanto dançava com minhas amigas, perdi-me na liberdade que aquelas horas me proporcionavam. Cecília, que quase não bebia, observava tudo como uma verdadeira guardiã, sempre atenta a qualquer sinal de que eu pudesse me desviar do caminho. Agradeci mentalmente por sua presença, pois era um conforto saber que alguém se importava. O calor do corpo das pessoas ao meu redor, a música agitada, e a adrenalina da festa me deixavam zonza, mas em um bom sentido.

De repente, ouvi alguém me chamar e, ao olhar para trás, encontrei os olhos de James. Um frio na barriga tomou conta de mim enquanto a realidade daquele momento se instalava. Ele se aproximou, mas algo em meu instinto me fez hesitar. Antes que pudesse decidir o que fazer, Cecília se posicionou entre nós, como um escudo protetor.

— Posso falar com você? — James perguntou, ignorando completamente a presença de Cecília.

— Não, você não pode falar com ela! — Ela afirmou, firme e decidida. Mas a curiosidade sobre o que ele queria dizer começou a borbulhar dentro de mim.

— Cecília, eu vou conversar com ele. Cinco minutinhos — disse, tentando acalmá-la. Olhei para ela, buscando sua compreensão. — Pode ir, Cecidilha. É sério.

Ela hesitou, avaliando a situação, mas acabou concordando e se afastou, deixando-me a sós com James. Fomos para um canto mais reservado, longe da música e da multidão que vibrava. O coração batia forte no peito, e minha mente girava em torno da pergunta: o que ele queria discutir agora?

— Eu só queria te entregar algo — disse ele, estendendo a mão e me passando uma pequena caixa. O brilho dos olhos dele refletia uma intensidade que me fez sentir um misto de ansiedade e expectativa. Quando abri a caixa, encontrei uma aliança. Meu coração disparou; não era o que eu esperava, especialmente depois de termos concordado em não ter mais nada.

— Meu Deus... É, tá — murmurei, atordoada. A surpresa me deixava sem palavras. — Você tem certeza de que quer me esperar? Desculpe, eu não sei o que dizer.

— Sim. Vamos fazer um acordo. — A proposta dele parecia surreal, como uma ilusão gerada pela tequila que corria em minhas veias. — Podemos ficar com quem quisermos, e quando você estiver pronta e me devolver a aliança, e voltamos.

— Ok, acordo fechado! — Fui tomada por uma coragem inesperada. Talvez eu estivesse fazendo a coisa errada, mas a vida era curta e eu queria aproveitar cada momento. — Beijo de despedida?

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