17 - Em Busca de Paz

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POV Sn Giorno

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POV Sn Giorno

Três meses se passaram desde o resgate, e eu ainda consigo sentir as marcas invisíveis do que aconteceu. A vida seguiu, mas as cicatrizes ficaram. Mesmo agora, com Chiara crescendo dentro de mim, a lembrança dos dias que passei nas mãos de Camille ainda me assombram. Minhas noites são preenchidas por pesadelos que me fazem acordar ofegante, sentindo uma pressão no peito que parece que nunca vai embora. A dor física já se foi, mas a emocional... essa permanece.

James, claro, percebe tudo. Ele tenta não demonstrar, mas o medo e a culpa estão sempre presentes nos olhos dele. Ele nunca me diz, mas sinto a tensão no ar sempre que ele me observa de longe, como se estivesse pronto para me proteger de qualquer ameaça que possa surgir. A mão dele está quase sempre em mim, seja sobre a minha barriga, acariciando Chiara, ou segurando minha mão quando o medo começa a me consumir. Ele prometeu nunca mais deixar nada acontecer conosco, e eu sei que, se dependesse dele, ele cumpriria essa promessa até o seu último suspiro.

A mecânica estava movimentada naquela tarde. As meninas das Hells faziam seu trabalho, mas eu percebia que, de vez em quando, elas lançavam olhares discretos na minha direção. Eu sei que elas estão preocupadas, que ninguém ali esqueceu o que aconteceu. Eu também não. Às vezes, tenho medo de que algo similar possa acontecer de novo, que eu seja arrancada de tudo o que amo. O toque protetor de James sempre me traz de volta à realidade, mas a sensação de insegurança nunca desaparece completamente.

Com 7 meses de gravidez, meu corpo está diferente, carregando a vida da nossa filha, mas minha mente... essa carrega os horrores do passado.

Estávamos na mecânica, como sempre, o lugar parecia tranquilo, até o barulho de motores altos encher o ar. Meus olhos instantaneamente se voltaram para a entrada, e o que vi me fez congelar no lugar. Vários carros pretos, sinistros, chegaram de repente, estacionando de forma ameaçadora. Meu coração começou a bater mais forte, um pânico conhecido tomou conta de mim. Meu corpo ficou rígido, e tudo o que consegui fazer foi pegar o celular com mãos trêmulas e mandar uma mensagem para James, explicando a situação. ''Preciso de você aqui. Agora.''

Quando olhei de novo, vi a porta de um dos carros se abrir e, para minha surpresa, meu pai, Cold, descer. Ao lado dele, uma mulher loira que eu nunca tinha visto antes e uma menininha que não deveria ter mais que dez anos. Algo dentro de mim começou a se despedaçar. As peças se encaixaram quase que de forma cruel. Cold e a mulher usavam alianças. A menina era a cara dela, mas com os cabelos loiros... Aquele era meu pai e sua nova família. Uma vida que ele construiu longe de mim.

Minhas pernas ficaram fracas, e por um segundo, achei que fosse desmoronar ali mesmo. Senti Cristal e Renata se aproximando, uma de cada lado, formando uma barreira ao meu redor. O resto das meninas se posicionaram atrás de nós, prontas para qualquer coisa, mas eu estava... imóvel. Não conseguia reagir. Apenas lágrimas solitárias escorriam pelo meu rosto. Lágrimas que eu não conseguia controlar, e eu sabia que Cold as notou quando seus olhos caíram sobre minha barriga. Ele viu o quão grande ela estava. Chiara, sua neta, crescendo dentro de mim, enquanto ele construía uma nova vida com outra mulher.

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