36 - Além dos Limites

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POV Sn Giorno

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POV Sn Giorno

Assim que entrei no hospital, o ar parecia denso, carregado de um peso que me fazia sentir pequena e vulnerável. A luz fluorescente da sala de espera criava sombras estranhas nas paredes, e o som dos monitores ao fundo parecia ecoar, como se estivesse lembrando a todos ali que a vida e a dor coexistem em um espaço tão próximo. Demos entrada e sentamos, a ansiedade se formando como um nó no meu estômago.

Foi então que vi Andrew entrar na sala de espera. Quando ele me avistou, seu semblante se iluminou momentaneamente, mas logo se transformou em preocupação ao perceber a atmosfera pesada que me cercava.

— Sn, James! Tudo bem? O que fazem aqui? — Ele disse isso enquanto pegava o tablet que estava em suas mãos, digitando rapidamente algo.

— Oi, Andrew... — Tentei amenizar a tristeza na minha voz, mas falhei. A dor era tão presente que cada palavra parecia se transformar em um eco triste. Através da tela, pude notar Andrew analisando o que havia acabado de digitar, e logo sua expressão mudou, revelando uma compreensão que só aumentou meu desespero.

— Acho que já leu o que vim fazer aqui. — As palavras saíram de mim com um peso que não conseguia suportar, a angústia se esgueirando nas entrelinhas.

— Sn, eu sinto muito... — A compaixão na voz dele me atingiu como um bálsamo, mas a dor em seu olhar refletia a mesma que estava dentro de mim.

— Venham comigo, vou atender você. — Ele se virou e começou a nos guiar até uma salinha, o ambiente mudando sutilmente à medida que passávamos pelos corredores do hospital. As paredes eram brancas e frias, e o cheiro de desinfetante estava no ar, misturado com uma leve nota de algo mais doce e amargo.

Dentro da sala, Andrew se sentou ao meu lado, mantendo um tom profissional, mas caloroso, enquanto explicava que alguns exames precisavam ser feitos. Pedi para James buscar algo para eu comer, mas, na verdade, a verdade era que não queria que ele estivesse ali. A ideia de encará-lo enquanto tentava processar tudo o que estava acontecendo era insuportável.

O primeiro exame foi a coleta de sangue. Andrew foi cuidadoso, mas o toque da agulha fez meu coração disparar. Em seguida, veio o ultrassom. Eu me deitei na maca, sentindo o frio do gel em minha barriga, enquanto Andrew passava o aparelho. Cada movimento parecia um aviso, e minha mente corria em círculos, entre esperança e medo.

O último exame foi o físico. Andrew fez perguntas delicadas, tentando entender minha situação, mas cada palavra soava como um eco de uma realidade que eu não queria enfrentar. Quando ele finalmente olhou nos meus olhos e pronunciou a frase que me despedaçou: "Você está realmente grávida de algumas semanas, mas lamento informar que você perdeu o bebê."

As palavras caíram como uma pedra em meu peito. O impacto foi brutal, como se o chão sob meus pés tivesse desmoronado. Meu mundo, que já estava desmoronando, desabou ainda mais. O que eu havia perdido não era apenas um feto; era um futuro que eu nunca tive a chance de sonhar. Uma onda de emoções me atingiu, e lágrimas escorriam sem controle, enquanto a dor me consumia, deixando apenas um vazio insuportável.

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