23 - Ecos de Emoção

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POV Sn GiornoO som irritante do despertador invadiu o silêncio, e minha primeira reação foi de pura negação

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POV Sn Giorno

O som irritante do despertador invadiu o silêncio, e minha primeira reação foi de pura negação. A ideia de sair da cama parecia insuportável, mas forcei meu corpo a se mover. James não estava ao meu lado, o que tornava a manhã ainda mais vazia. Ele havia me avisado que precisaria sair cedo, mas acordar sem o calor dele ao meu lado me deixava estranhamente solitária. O peso que eu sentia sobre mim era imenso, como se o mundo inteiro estivesse apoiado nos meus ombros.

Caminhei lentamente até o quarto da Chiara. Ao vê-la dormindo, tão tranquila e alheia a tudo, uma pontada de culpa me atravessou. Voltei para o quarto e peguei meu celular, observando que eram 7h30. A mensagem no grupo da minha mãe já estava lá, curta e direta: "Quero todas na garagem às 9h." Acordei com essa sensação de urgência, mas também de impotência. Aproveitei que Chiara ainda estava dormindo e fui tomar um banho.

A água quente escorria pelo meu corpo, mas não conseguia aliviar o que eu sentia. O peso da culpa me sufocava, e de repente, desabei. Lembrar que mais uma vez deixaria minha filha com a babá, que eu estaria ausente, me fez questionar tudo. A sensação de ser uma mãe ausente, de não estar lá nos momentos pequenos, era como uma ferida aberta. Meus soluços ecoavam no banheiro enquanto minhas pernas fraquejavam, e me vi sentada no chão molhado, envolta pelo vapor quente e pelas minhas próprias lágrimas.

Quando finalmente saí, meu rosto estava inchado, os olhos vermelhos e cansados de tanto chorar. Me apressei para me vestir, tentando parecer minimamente composta. A campainha tocou, e desci rapidamente, ainda enrolada na toalha. Era a babá. Ela entrou, sempre atenciosa, e eu me esforcei para parecer calma, quando tudo em mim estava à beira de um colapso. Dei as instruções de sempre, beijei a testa de Chiara suavemente e voltei ao meu quarto para me arrumar.

Saí de casa sem tomar café, e no caminho, meu celular vibrou. Era James. Uma mensagem carinhosa, perguntando como eu estava e se eu precisava de algo. Meu coração apertou. Queria responder com a verdade, dizer que precisava dele, de um abraço, de sua presença, mas tudo o que consegui digitar foi: "Estou bem. Não preciso de nada." Sabia que ele estava ocupado, e eu me sentia culpada por não querer atrapalhá-lo, mesmo que por dentro estivesse implorando por sua ajuda.

Cheguei na garagem com cinco minutos de atraso. A expressão da minha mãe já dizia tudo. Ela estava impaciente, e suas palavras foram como chicotadas.

 - Você não sabe o significado de pontualidade? Não consegue cumprir uma simples instrução? -  Fiquei calada, suportando o peso de sua bronca. Minha mãe sempre foi dura, e hoje, especialmente, suas palavras pareciam me atingir mais do que o normal. Eu queria gritar, dizer que estava tentando, mas permaneci em silêncio, deixando a dor corroer por dentro.

Cristal nos passou as instruções do dia: alguns roubos, algumas corridas. Quando foi a minha vez de escolher, eu optei por ficar na garagem, mas para minha surpresa, minha mãe me deu uma nova tarefa.

- Você vai cuidar da parte burocrática hoje - disse ela. Aquilo me pegou de surpresa. A parte burocrática sempre foi algo que ela dominava, e me entregá-la hoje parecia estranho. Mas, como de costume, aceitei calada.

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