Raphael narrando
Depois do desespero ao ver aqueles monstros na minha casa e Melissa tendo que se defender. Ela foi embora, desde então não voltou mais.
Não posso manter muito contato com Eli, eles podem me rastrear, mas Eli informou que ela está bem melhor, que tem sofrido menos.
Meu amigo levou um homem para trocar a porta, a fechadura da sala estava estourada pelos tiros e a porta danificada.
Tenho passado os dias no hospital com minha sobrinha Carmen, ela distrai a mente me contando histórias de princesas.Toda hora olho o celular, para ver se Melissa vai parar em frente a minha casa ou se vai entrar.
Hoje Carmen recebeu alta do hospital, não fui para lá, fiquei em casa pesquisando sobre Cauê.Ouvi um barulho no celular da câmera da minha casa. Abri logo o notebook e coloquei nas câmeras.
Ela estava entrando com o carro, o portão fechou e Melissa entrou na sala, passou a mão no sofá, logo foi para o quarto.
Passou a mão no travesseiro que eu costumava dormir com ele.
Me partiu o coração ouvir a voz dela, havia tenta dor e tanta saudade.
Como eu queria largar tudo e ir atrás dela, estou feliz que ela esteja indo realizar um sonho, mas estou de coração partido por não estar lá com ela.A música que ela colocou acabou de me quebrar por completo, que dor. Chorei ao olhar seu rosto molhado de lágrimas.
- Se mantenha saudável Melissa, em breve vou cumprir minha promessa. Me espere por favor.
Após algum tempo de despedida ela trancou a casa e deixou o carro na garagem. Parou em frente da casa, com a mochila nas costas e a mala no chão, o ônibus parou para pega-la. Esse a levaria com os outros alunos para a escola de sargentos.
Ela sentou e encostou a cabeça no vidro da janela, encarava a câmera com os olhos cheios de lágrimas. Um filme passou em minha mente, lembrei de quando a reencontrei naquele ônibus.Respirei fundo, tentando controlar as batidas involuntárias do meu coração, meus olhos estavam rasos de lágrimas.
O ônibus sumiu na estrada e eu fiquei parado, olhando o monitor.
Voltei minha atenção para Cauê, busquei por câmeras em rodovias. Vi os lugares que ele passou, ele estava na fronteira Bolívia/ Brasil.
Pedi para as forças especiais irem atrás dele, agora Melissa estava indo para outro estado, ele poderia ir atrás dela. Ainda não sei para onde ela está indo, vou buscar informações, tomara que ela não vá para Corumbá, Mato Grosso do Sul.Acho que ele não conseguiu achar uma ligação dela comigo, ou não teve brechas para chegar nela.
Melissa narrando
Entrei no ônibus me arrastando, após guardarem minha mala no ônibus, por mais que eu queria mostrar força, hoje fracassei feio.
Sentei e coloquei minha mochila no colo, encostei a cabeça no vidro da janela e encarei a câmera, na esperança dele estar me vendo lá do outro lado.O ônibus pegou a estrada, eu era a última pessoa que entraria nele. Estou indo para outro estado, vou dar o melhor, vou aliviar toda minha tristeza nas atividades.
Após uma hora no ônibus, descemos no aeroporto.Estou voltando para onde tudo começou, o lugar onde vi Raphael pela primeira vez.
Levarei um dia e nove horas para chegar lá.
Reclinei a poltrona e fechei os olhos, pensando em Raphael.Me obriguei a comer durante a viagem, não queria enjoar ou ficar fraca. Tenho que dar o meu melhor.
Após um dia de viagem, descemos em um aeroporto que fazia fronteira com a Bolívia.Estava no mesmo aeroporto que encontrei Raphael pela primeira vez e ele mudou tudo aqui dentro de mim. Olhei para o Starbucks, meus olhos ficaram rasos de lágrimas.
Caminhei até lá e entrei.
Pedi um Frappuccino mocha cookie crumble, foi o que ele pediu para mim há quase três anos. Bebi vagarosamente, de olhos fechados, pensando em Raphael.Senti um esbarrão no meu braço, fazendo o Frappuccino cair um pouco na minha blusa. Olhei para o lado e vi um ser estranho do meu lado.
- Desculpe. - Ele sorriu e seu sorriso era frio, parecia congelar o ambiente. - Me distrai com o celular. - Ele tentava falar português, mas dava para ver que estava arrastando muito, ainda tinha muito sotaque. Parecia falar espanhol.
- Sem problemas. - Dei um sorriso fino e voltei a atenção para o Frappuccino.
- Posso te pagar outra blusa? - Ele perguntou.
- Não precisa, está tudo bem. - Olhei para ele ao falar. - Não foi uma mancha grande.
- Desculpe. - Ele falou e eu olhei para o Frappuccino novamente.
- Acontece, não se preocupe. - Levantei da mesa, após terminar minha bebida. Ele se afastou, me olhava do outro lado da cafeteira.
Caminhei para o portão de embarque. Aquele ser de preto com certeza tinha algo com os caras que Raphael estava atrás.
Peguei a foto de Gilson e eu na galeria e coloquei como papel de parede e protetor de tela.
Gilson ficou de vir, também foi transferido para a fronteira, mas os vôos estavam cheios, fomos todos separados.
Apaguei as fotos de Raphael, deixei salvas no e-mail. Arquivei nossa conversa, não consegui apagá-las.Entrei no avião junto com os outros alunos, o lugar ao meu lado estava vazio, para minha infelicidade o cara de sorriso frio entrou e sentou do meu lado, após alguns minutos.
- Que coincidência. - Ele falou após guardar a mala. - Estou sentado ao seu lado. Comprei uma blusa para você, mas te perdi de vista, que bom que está aqui. - Como ele conseguiu comprar uma blusa para mim em tão pouco tempo? Será que ele já tinha essa blusa guardada na mala?
- Não precisava, é sério mesmo. Tenho roupas na mala, a mancha nem está muito grande.
- Faço questão, aqui está. - Ele estendeu a mão com uma sacola de papel. Resolvi aceitar para ele não ficar com muito assunto.
- Obrigada. - Peguei a sacola.
- Não sei se é seu tamanho. Espero que dê. - O sorriso que ele deu fez correr um gelo na minha coluna.
Lembrei do cara que estava me assediando na última vez que andei de avião, agora esse louco do meu lado e eu tenho que fingir que não sei de nada para não dar pista.
Reclinei um pouco a poltrona e respirei fundo, tentando manter a calma. Meu celular começou a tocar, era Eli, ele estava em outro avião, ainda não tinha decolado. Nem o dele, nem o meu.
- Oi. - Atendi.
- Melissa, seu namorado entrou em contato. O carinha que ele está atrás está nesse aeroporto, tome cuidado. Qualquer coisa, tente se comunicar.
Como eu ia responder, que ele estava sentado do meu lado?
O homem me olhou de soslaio, como se quisesse escutar a conversa.
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Raphael James Chevalier - Triologia Fake Love 3°
Roman d'amourRaphael James Chevalier, terceiro livro da Trilogia Fake Love. Filho de Mahelí James e Alix Chevalier, gêmeo de Alanna James Chevalier e meio irmão de Igor De La Cruz. Filho de mafioso, não quis ser o sucessor do pai. Demorou se apaixonar, pois...