Capítulo 31

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Melissa narrando

Me afastei um pouco para olhar para ele, queria ver como seu rosto estava, daí eu falaria se sim ou não.

- Depende do ponto de vista. - Falei e sorri. - Eles se gostam, mas ainda não estão namorando. Eli tem ajudado muito na recuperação de Raquel. Ele é muito atencioso com ela e ela fica feliz por tê-lo por perto. Nunca a vi assim.

- Realmente, nunca a vi assim. Ele parece ser um bom rapaz.

- Você falando assim: Ele parece ser um bom rapaz. - Imitei a voz dele. - Parece até um idoso. - Gargalhamos.

- Verdade. - Ele sorria.

- Estava com saudades desse ombro amigo e desse sorriso. Eu te amo, Gilson. - Me aninhei nele.

- Eu que te amo, sua chorona. - Ele me abraçou com mais força. - Vai me explicar o que aconteceu e o que você esteva fazendo naquela delegacia?

- Em primeiro lugar eu tenho que te contar uma coisa, estou namorando. Mas você não pode falar para ninguém.

- O quê? - Ele se afastou para olhar no meu rosto. - Você me traiu? - Ele fez uma cara de decepcionado. - Eu não esperava isso de você, me guardei esse tempo todo. Pensei que iríamos casar. Quem é esse cara que roubou seu coração? - Ele me olhou sério. - Vou dar um tiro no meio da cara dele.

- Para de graça, Gilson. - Dei um soco de leve em seu braço. Ele caiu na gargalhada.

- Esse cara deve ser bom mesmo, para roubar seu coração. Os caras morrem por você e você não está nem aí. Eu mesmo já quase morri e você nem ligou. - Teve uma época que fingi ser namorada de Gilson, para uma menina parar de persegui-lo. Daí tive que dar um selinho nele, na frente dela. Depois disso, Gilson começou a gostar de mim de uma forma diferente. Mas deixei bem claro que o amor que sinto por ele é de irmão. Com o tempo ele entendeu. Sempre me tratou diferente, mas nunca forçou nada. Sempre me teve como uma irmã.

- Você para de graça, heim. Raphael é maravilhoso, você tem que conhecê-lo.

- Quando vê-lo vou falar que fui seu primeiro namorado. - Gilson riu.

- Para com isso Gilson! - Olhei para ele com os olhos semi cerrados.

- Amo essa sua cara de brava, eu duvido que Raphael já viu esse seu rostinho bravo. Ele não pode me julgar, é impossível não se apaixonar. - Ele sorriu do jeito que os olhos somem.

- Você é um ridículo. - Sorri. - E você? Não vai arrumar uma namorada? Já está com vinte e oito anos.

- Estava esperando você, né? Agora não sei o que fazer.

- Para Gilson! - Ele sorriu.

- É complicado quando estamos casados com o trabalho, você vai entender. Meu pai quer voltar para a Coréia do Sul e quer me levar junto, agora tem a questão de Raquel. Minha cabeça está a mil por hora, daí não tenho tempo para pensar em namorar. - Ele ficou com os olhos tristes.

- Eu te faço companhia, vamos apoiar um ao outro.

- Você me faz tão bem, sabe disso? Eu sou grato por ter você e Raquel na minha vida. Desejo do fundo do meu coração que sejam felizes.

- E eu desejo o mesmo para você. Você é uma pessoa incrível.

- Me conte o que aconteceu, tenho que ir embora, está ficando tarde.

- Dorme aqui hoje, não vou deixar você ir, estou com muita saudade. - O abracei.

- Como nos velhos tempos? - Ele perguntou.

- Sim, como nos velhos tempos. - Ele me envolveu em seus braços e me senti confortada.

O abraço de Gilson é reconfortante e me faz sentir em casa. Já de Raphael já tem algo diferente, me sinto protegida, amparada, me sinto única, sinto que minhas dores se vão. O amor que sinto por um não é o mesmo que sinto pelo outro.

- Vamos tirar uma selfie? Temos que renovar nossas fotos.

- Vamos. - Ele pegou o celular do bolso e tirou uma foto nossa, um grudado no outro.

Após eu contar tudo sobre o que correu, Gilson cantarolou a canção de ninar que ouvíamos quando nós éramos pequenos e fez cafuné em mim, até eu pegar no sono.

Os dias se passaram e chegou o dia de eu viajar para a escola de sargentos.
Raquel irá também, só não irá agora conosco, não poderá fazer atividades, pois ainda com a costela fraturada.
Eli e ela assumiram o namoro, nunca a vi tão feliz, ele irá comigo pois ainda tem que manter minha segurança.

Fui na casa de Raphael, depois de uma semana sem ir lá. Apertei o botão no controle para o portão abrir. Entrei com o carro e desci.
Senti um arrepio na coluna, lembrei da cena de uma semana atrás.

Abri a porta da sala, a porta foi trocada, a outra estava perfurada pelo tiro que deram para arrombar.
Passei a mão no sofá, lembrando do dia que ele me abraçou encostado ali.
Caminhei até o quarto dele e sentei na cama, passei a mão onde ele costumava deitar. Lembrei da primeira vez que dormi agarrada nele.
As lágrimas escorriam em meu rosto, tantas lembranças boas. Lembrei dele dentro de mim, isso me fez sorrir e sentir mais saudades.

- Oi Rapha. Não sei se você pode me ouvir agora, espero que sim. Vim te dizer que estou indo para me formar, quando eu voltar aqui serei sargento. Ainda sofro muito com a sua ausência, mas estou mais forte agora. Por fim entendi a sua partida, você tem pessoas preciosas que precisam de proteção, eu entendo isso. Eli está sendo um grande amigo, que bom que você o encontrou. Ele está namorando Raquel. - Sorri. - Só quero te dizer que estou indo, mas já já estarei de volta. Vou por uma música, para você lembrar de mim, o nome é Where Are U - Jung Joon Young. Te amo, meu Raphael. Espero que você esteja bem, não se esqueça de mim, por favor. Você prometeu se casar comigo, vou te esperar. Não demore muito.

Liguei a Alexa e pedi para tocar a música, a música começou a tocar e eu deitei na cama, fechei os olhos e me permiti chorar.
Lembrei de todo momento feliz ao lado dele, que saudade.

Lembrei de Eli falando da sobrinha dele, de Raphael visivelmente abalado ao lembrar do sequestro da irmã, quase nem conseguia me contar.
Lembrei dos homens aqui na casa dele. Prometi para mim mesma que não iria chorar mais, tinha que ser forte por ele e por mim.
Tudo que estiver disponível para eu fazer no quartel, farei.
Vou me especializar em tudo o que puder, se meu namorado precisar de mim, estarei apta para ajuda-lo.
Não me importo se ele vem de uma família de mafiosos, se sua vida tem muita adrenalina, só quero te-lo em minha vida.

Raphael James Chevalier - Triologia Fake Love 3° Onde histórias criam vida. Descubra agora