Capítulo 34

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Melissa narrando

Ouvir aquilo me deu um gelo na coluna. Eli veio ao meu encontro e se juntou com a equipe.
Contei para ele o que havia acontecido no avião.

- Vou ter que avisar a Amauri, para ele passar para Raphael. Muito obrigado, Gilson. - Ele estendeu a mão, para Gilson apertar.

- Por nada, cunhadinho. - Gilson sorriu para ele e o puxou para um abraço. - Minha irmã tem sorte por ter conhecido um cara igual a você. - Eles se soltaram do abraço.

- Eu que tenho sorte por ter a encontrado.

- No que diz respeito a Melissa, pode deixar que eu cuido dessa gata aqui. - Ele me abraçou pelo pescoço.

- Tomara que Raphael não seja ciumento. - Eli falou e sorriu.

- Problema é dele, se ele for ciumento. - Gilson sorriu. - Sabe que eu fui o primeiro namorado de Melissa? - Ele falou e tapou a boca, com as costas da mão, para sorrir. Isso era hora de brincadeiras? Gilson não tem limites.

- Pare de ser ridículo Gilson! - Olhei para ele, o fuzilando com os olhos. - Se eu soubesse, teria deixado aquela menina agarrada em você até hoje. Tomara que ela te encontre novamente. - Falei séria.

- É isso que eu mereço, após ter te ajudado lá no avião? - Ele me olhou e fez um biquinho.

- Aff, então pare de falar abobrinhas. - Eli sorria e Gilson também.

- Vou falar para Raphael, que fui seu primeiro namorado. - Ele falou e olhou para frente.

- Você vai fazer isso? É sério? Não sei até onde vai sua carência. Raphael já deve ter namorado alguém também, você acha que vai causar ciúmes nele? Só você que ficou preso no passado.

- Ah, então eu sou passado? Vou fazer o que se eu te amo. - Ele gritou e olhou para o cunhado. - Eli eu me guardei para ela, daí ela aparece com outro cara. Você acredita em um negócio desse? Enquanto eu estava estudando e me formando, ela estava beijando a boca de outro cara. - Ele tentava prender o riso.

- No meu caso, eu sei o que é isso. - Eli falou sorrindo.

- É sério isso, Gilson? - Semicerrei os olhos para ele. - Estou indo para o ônibus. - Minha cara queimou, lembrei da história de Eli, enquanto ele se formava a sua ex noiva se agarrava com outro.

Peguei minha mochila e fui arrastando minha mala. Eli ficou atrás rindo da situação. Ainda bem que ele achou graça.

- Espere, vou com você. Eu levo isso. - Gilson pegou a mochila do meu ombro e foi puxando a mala. Me abraçou pelo pescoço e foi caminhando comigo até ao ônibus. Eli vinha atrás, gargalhando de nós.

Após colocarmos as malas no ônibus, entramos e sentamos. Gilson sentou do meu lado, olhei para ele de soslaio.

- Gilson, você é doido ou coisa do tipo?

- O que você está falando? Não fiz nada. - Ele sorriu.

- Agora você é sonso também? - Olhei para ele.

- Amo ver esse rostinho bravo. - Ele apertou minha bochecha.

- Por que você falou que se guardou para mim? Que eu arrumei outro enquanto você estudava?

- Era só uma brincadeira, Eli não vai falar para Raphael, ou vai? - Ele me olhou intrigado.

- Sabe que Eli passou por isso? Enquanto ele se formava a noiva esteva se agarrando com outro.

- Mentira! - Ele abriu a boca em um formato de O. - Ah, meu Deus. Tomara que ele não pense que é indireta. Será que devo ir lá atrás falar com ele? - Gilson levantou um pouco e olhou para trás, tentando ver Eli.

- Melhor não, deixe pra lá. Acho que ele achou até graça. - Sorri.

- Agora estou sem graça. - Ele ainda olhava para trás.

- Agora já foi, se recomponha. - Ele sentou e se endireitou. - Gil, posso te fazer uma pergunta? Meu semblante caiu.

- Pode. Por que está com esse rostinho?

- Eu já te decepcionei alguma vez? Sem brincadeiras, quero a verdade. - Olhei para baixo e senti os olhos dele na minha direção.

- Você nunca me decepcionou, acredito que nunca vai fazer isso. Mel, você é a melhor pessoa que eu conheço.

- Tem certeza do que está falando?

- Claro que tenho, lógico que já quis muito que você fosse minha esposa. - Olhei para ele. - Mas é porque eu sei como você é, sei sua índole. Quem não se apaixonaria por uma mulher como você? Não me julgue. - Ele sorriu. - Mas com o tempo, descobri que não faço o seu tipo, mas sei que você me ama e seu amor por mim é puro e verdadeiro. Sou grato por tê-la em minha vida, mesmo que seja como amiga ou irmã. - Seus olhos demonstravam sinceridade.

- Te amo, Gil. - Meus olhos estavam rasos de lágrimas.

- Eu também te amo, minha Mel. Obrigado por permanecer sempre ao meu lado e por cuidar de Raquel. Não posso pagar por tudo que você já fez por nós. Você é um anjo em nossas vidas. - Ele se aproximou e deu um beijo em minha testa.

- A mulher que tiver seu coração, vai ser a segunda mais feliz do mundo. A primeira mais feliz sou eu. - Sorri para ele. - Obrigada por tanto amor e respeito. Por isso te amo tanto, você respeita os meus limites, com você posso ser sincera, sei que você vai entender, ainda que não concorde.

- O que mais vale para mim é ver você feliz. Você não tem noção da gratidão que tenho por te-la em minha vida. Te amo.

- Obrigada por sempre ter sido o meu irmão mais velho. Por me abraçar nos dias difíceis e por me proteger quando preciso. Estarei sempre aqui para você, independente do rumo que vidas tomem. Te amo. - Passei a mão em seu rosto e sorri.

- Digo o mesmo para você. - Ele sorriu, daquele jeito que os olhos somem. - Posso deitar no seu ombro?

- Claro que pode. - Me ajeitei e ele encostou a cabeça no meu ombro.

- Lembra que ouvíamos músicas da Demi Lovato? - Ele perguntou sorrindo.

- Lembro sim, adotei a franja desde então. - Sorri.

- Verdade, a franja foi por causa da Demi. - Ele sorriu. Vamos lembrar os velhos tempos? - Ele pegou o fone de ouvidos sem fio, colocou um no ouvido dele e um no meu. - Qual você quer?

- Uma nostalgia, por favor. - Sorri. - Falei.

- Já sei, vou por Give Your Heart a Break.

- Não vai começar a chorar, heim. - Sorri e fomos ouvindo as músicas durante o trajeto. Tínhamos duas horas de viagem de ônibus pela frente.

Raphael James Chevalier - Triologia Fake Love 3° Onde histórias criam vida. Descubra agora