Capítulo 4 - A voz misteriosa

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Hogwarts, 1996

 
Primeiro de setembro. Dia que os cabeças-ocas chegam ao castelo para me infernizar. Como sempre, Hermione passara toda a cerimônia de seleção dos primeiranistas e o banquete, grudada no Weasley e no Potter.

Lembro de quando a vi entrar no Salão Principal em seu primeiro dia em Hogwarts. Eu a reconheceria sob quaisquer circunstâncias, mesmo não vendo-a desde a noite em que a deixei na Londres trouxa. Os cabelos rebeldes castanhos e os olhos caramelados ainda enfeitavam seu rosto. Infelizmente ela não continuava com as bochechas gordinhas de quando criança. 

De qualquer forma, era assustadora a semelhança dela com o pai biológico. Não a versão serpente, mas o jovem Tom Riddle. No entanto, os cabelos eram de Bellatrix, exceto a cor. Os olhos eu diria que eram uma boa mistura dos dois. O que mais ela herdaria deles, só o tempo diria.

Como Hermione acreditava ser nascida trouxa, ela não poderia ser selecionada para a Sonserina. Nascidos trouxas nunca iam para a minha casa. Fazia parte das condições de Salazar. Ela seria massacrada se o chapéu seletor a enviasse para lá. Sem contar que poderia levantar suspeitas sobre sua verdadeira origem. E isso era o que eu e Alvo tentávamos a todo custo evitar.

Dumbledore negociou com o chapéu e me garantiu que Hermione não seria enviada para Sonserina. Eu estava insatisfeito por ela não ficar na casa a qual pertencia, a minha. Mas torcia para que ela fosse para qualquer outra, menos a Grifinória. Ela era inteligente e certamente iria para a Corvinal. Certamente, não é?

Não.

Ela foi selecionada para a Grifinória. Como Lily um dia fora e como o filho dela também foi. Quando eu vi o início da amizade de Hermione com Potter achei que fosse apenas uma enorme ironia do destino. Dumbledore dizia que isso tornava mais fácil a minha missão de proteger os dois. O problema é que um dos Weasley se juntou a eles. Então não é difícil adivinhar que os dois cabeças-ocas sempre colocavam Hermione em confusão. 

Ela foi atacada por um trasgo montanhês porque o Weasley a fez chorar. Colocou fogo nas minhas vestes durante um jogo de quadribol, porque achou que ajudaria Potter. E seguiu Quirrell com os bobalhões até a ante sala em que se guardava a pedra filosofal. 

É claro que Potter jamais passaria pelo meu enigma se não fosse Hermione. 

Mas não parou por aí! 

No segundo ano, ela se desesperou com a abertura da câmara secreta, porque achou que seria uma vítima. Mal sabia ela que era a pessoa mais segura da escola, afinal o sangue de Salazar corria em suas veias. Mas o bendito Potter tinha que ir atrás do Basilisco. Tinha que instigar a curiosidade de Hermione a ponto dela realmente se tornar uma presa e ficar petrificada. Sem contar o incidente com a poção Polissuco que a transformou em uma gata. 

A única vantagem é que Gilderoy Lockhart perdeu a sanidade e Hermione parou de suspirar por ele. Se bem que ela deveria ter deixado seu fanatismo quando eu o derrotei no nosso duelo. Aquele homem era patético demais para ter sua atenção.

No ano seguinte, aqueles marotos voltaram para causar. O Potter desmaiava toda a vez que via um dementador. Lupin roubou minha oportunidade de me tornar professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. Black invadiu Hogwarts atrás daquele rato do Pettigrew e fez aquele moleque idiota me estuporar. Sendo que eu só estava tentando salvá-lo!

Para melhorar, era noite de lua cheia e Lupin se transformou. Por sorte, eu consegui proteger Hermione, o Potter e o peso morto do Weasley. E depois ainda tive que segurar Hermione para que ela não corresse atrás do amigo, que quase morreu com um beijo dos dementadores. 

Para piorar tudo, eu que receberia uma Ordem de Merlin por prender Black, fui frustrado porque Potter arrastou Hermione, em cima de um Hipogrifo, para liberar o padrinho. Realmente comovente. 

Sangue Negro | SnamioneOnde histórias criam vida. Descubra agora