Severo Snape
Passei grande parte da noite acordado, observando Hermione dormir. Estava inquieto demais para pregar os olhos. Fiquei afagando seus cabelos, enquanto ela dormia com as costas grudadas ao meu peito. Ela tinha se remexido a noite e eu a abracei de lado, para ficar perto dela. Pela primeira vez, eu que estava agarrado a ela e não o contrário.
Hermione era linda. E, por Salazar, a noite anterior fora maravilhosa! Eu que antes relutava em aceitar e me criticava por desejá-la, me sentia o maior dos tolos por ter desperdiçado tanto tempo. Claro que eu queria algo especial para Hermione e tinha aquele medo irracional de acabar por matá-la por aquele voto perpétuo maluco. Mas felizmente, ela estava bem.
Continuei a acariciar seus cabelos e, vez ou outra, dava beijos leves em seu rosto e em seu ombro descoberto. Logo teria que acordá-la e trazê-la para a nossa triste realidade. Eu tentaria melhorar as coisas com um café da manhã na cama. No entanto, não mudaria o fato de eu ter que vê-la casar com Greyback.
Outra questão que estava me consumindo aos poucos, era deixá-la nas mãos de Narcisa por tempo indeterminado. Eu sabia que Narcisa não faria mal algum a Hermione. O problema é que ela não conseguiria defender Hermione de Bellatrix ou de Voldemort. Nem mesmo de Greyback, devo dizer. Eu que deveria levá-la e ficar ao seu lado. Eu.
Ouvi alguém entrar na minha sala e logo batidas leves na porta ecoaram pelo quarto. Certamente era Alvo. Bufei irritado por ter que me afastar de Hermione. Procurei uma roupa para vestir e cobri melhor o corpo dela antes de atender a porta. Como imaginado, lá estava o velho.
– Hermione está dormindo – comentei. – Melhor conversarmos aqui na sala.
Ele concordou. Estranhei suas feições, ele parecia satisfeito. Não era um dia para se estar feliz. Hermione estava prestes a se casar com um assassino de sangue frio!
Alvo andou pela sala com as mãos nas costas e depois de alguns segundos de análise, se voltou para mim.
– Finalmente – murmurou e eu ergui uma sobrancelha, confuso. – Vocês se acertaram.
Reduzi meus olhos a fendas. Como ele sabia? Alvo deu uma breve risada ao ver meu questionamento mudo e apontou para a minha camisa largada no chão a poucos passos de nós.
– Veio aqui espionar minha intimidade com Hermione? – indaguei desinteressado, mas não neguei suas suposições.
– Não, Severo. – Ele sorriu. – Mudança de planos.
Hermione Granger
Despertei com os lábios de Severo percorrendo meu rosto, pescoço e ombro. Abri os olhos preguiçosamente e sorri ao ver seu rosto tão próximo ao meu. Ele me deu um beijo casto nos lábios e se afastou para pegar algo sobre a mesa de cabeceira. Ele já deveria estar acordado háalgum tempo, porque infelizmente já estava vestido e arrumado.
– Sente-se, eu trouxe o nosso café da manhã – murmurou contente enquanto segurava uma bela bandeja de prata recheada de comida.
Eu me enrolei no lençol e me apoiei nos braços para sentar. Meu corpo inteiro reclamou do esforço e eu senti um desconforto nos países baixos. Minha reação não passou despercebida por Severo, que prontamente deixou a bandeja sobre a mesa para me ajudar a sentar. Parecia empânico.
– Está com dor? Vou pegar uma poção...
Ele já estava para se afastar, quando eu o puxei pela mão e o interrompi.
– Estou bem. É uma dor boa, sabe? – Ele me olhou confuso e até um pouco surpreso. – Ela me lembra de ontem e isso me deixa feliz.
Severo soltou todo o ar dos pulmões, que em algum momento tinha prendido, aliviado. Então voltou a sentar na cama com a bandeja, para fazermos nosso desjejum.
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Sangue Negro | Snamione
Fanfiction1982 Uma vila bruxa é invadida por lobisomens e apenas uma garotinha sobrevive. Dumbledore mantém a menina em Hogwarts até que a descoberta de seus pais biológicos leva o Ministro da Magia à exigir que ela seja criada por trouxas. 1996 Hermione Gran...