Capítulo 30 - Redenção

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– Avada Kedavra!

A luz verde preencheu a torre e eu senti os braços de Severo me apertarem com mais força contra si. Esperei que ele me soltasse ou que eu simplesmente perdesse a consciência, mas nos mantivemos firme. Os segundos passaram, mas meus batimentos cardíacos continuavam acelerados, minha respiração estava entrecortada e o desespero me assomava. O que estava acontecendo? Olhei para o rosto de Severo, ele também me olhava em dúvida.

Nós estávamos vivos? Como?

Deixei meus olhos correrem para o local em que Lestrange estava e o vi caído e estático no chão. Estava morto.

Franzi o cenho. Mas que diabos?

– Já vai tarde! – a voz de Bellatrix reverberou e eu a vi se aproximar do corpo de Rodolfo.

Ela nos salvou?

– Eu matei Rodolfo Lestrange! Eu matei Rodolfo Lestrange!

Bellatrix gargalhou feliz e isso respondeu a minha questão. Um alívio se apossou de mim e eu só não escorreguei para o chão, porque Severo continuava com os braços ao meu redor. Tornei a olhar seu rosto e afastei seus cabelos para acariciar suas bochechas. Ele fechou brevemente osolhos com o carinho e segurou uma das minhas mãos, puxando-a para seus lábios e depositando um beijo na palma. Então, seus olhos negros se encontraram com os meus e eu senti um frio na barriga, como borboletas no estômago.

– Eu sinto muito, Hermione...

– Isso não importa agora – interrompi colocando o indicador sobre seus lábios.

Aproximei nossos rostos e fechei os olhos ao sentir o choque dos lábios frios de Severo contra os meus. Minhas pernas bambearam e eu senti a felicidade me inundar. Ele pediu passagem com a língua para aprofundar o beijo e eu permiti prontamente. Nossas línguas se acariciavam em um dança louca e sensual que me fazia querer mais dele. Ah, Merlin! Como eu amava aquele homem!

Petrificus Totalus!

Ouvi a voz de Bellatrix soar um pouco mais longe de nós e me separei de Severo para ver o que ela estava fazendo. Vi Greyback aos seus pés, agora petrificado. Eu tinha esquecido dele, apesar dos ganidos de dor não terem parado em momento nenhum.

Ela se aproximou de nós com um sorriso satisfeito. Carregava a varinha de Severo em uma das mãos. Provavelmente ela a pegara de Lestrange. Quando parou ao nosso lado, ela devolveu a varinha a Snape, que não disse uma única palavra. Eu por outro lado, me soltei de seus braços,para abraçar Bellatrix.

– Obrigada, mãe.

Seu corpo se retesou com a surpresa, mas ela logo relaxou e me abraçou de volta. Era a primeira vez que eu a reconhecia como mãe e por mais estranho que fosse, eu estava extremamente grata por ela ter nos salvado e feliz por ela estar ali. Ela segurou nos meus braços e os afagoulevemente, antes de me afastar para olhar o meu rosto. Seu cenho se franziu e uma de suas mãos acarinhou o meu pescoço, me causando um leve ardor.

– Você deveria ir até a Ala Hospitalar ver isso – murmurou e eu entendi que ela se referia a marca da corda no meu pescoço.

Eu neguei com a cabeça.

– Temos que resolver isso antes – comentei apontando para os corpos.

– Com relação a Greyback, teremos que chamar os aurores do Ministério para levá-lo para Azkaban – Severo se pronunciou. – Já Rodolfo é um pouco mais complicado. Ele foi morto por uma maldição imperdoável e quem o fez poderia ir para Azkaban também... – Ele olhou para Bellatrix.

– Não creio que deseja voltar para lá, não é?

Ela rolou os olhos.

– Quando os aurores chegarem, nem eu e nem o corpo de Rodolfo estaremos por aqui – informou. – Eu o levarei. Aposto que o Lorde das Trevas adoraria empalhá-lo e colocá-lo para enfeitar o salão para as nossas reuniões.

Sangue Negro | SnamioneOnde histórias criam vida. Descubra agora