12 dias para o casamento
O corpo feminino se remexeu sobre o meu e eu deixei minhas mãos se apossarem de suas costas nuas, deslizando os dedos pela pele macia e quente. As mãos da mulher, que repousavam sobre o meu peito, correram para os meus ombros e senti seus lábios roçarem no meu pescoço. Em resposta ao estímulo, eu apertei sua cintura, puxando-a contra o meu peito. Eu queria mais contato com aquela pele, com aquele corpo esguio. Corri as mãos por suas costas, até sentir a barra da lingerie.
Por Salazar, o que eu não estava lembrando?
Abri os olhos para admirar a mulher que se aconchegava sobre mim e a primeira coisa que vi foi um amontoado de cabelos castanhos espalhados por suas costas e pelo meu peito.
Hermione.
Tirei minhas mãos da menina no mesmo instante. O que eu estava fazendo? Por Salazar! Era Hermione! Eu nunca tocaria nela. Nunca.
Com todo o cuidado para não acordá-la, eu girei nossos corpos e a deitei sobre o colchão. Em seguida, deslizei da cama e fui me vestir. O sol já havia nascido e em breve Pomfrey apareceria. Sentei ao lado de Hermione para observá-la dormir enquanto esperava a medibruxa.
Era uma sorte absurda que a Ala Hospitalar estivesse vazia. Os alunos se machucavam o tempo todo, mas naquele momento só a cama de Hermione estava ocupada. Se mais alguém soubesse sobre o ataque de Greyback, as coisas ficariam complicadas. Como o Potter e o Weasley procurariam Hermione, eu teria que pedir que tanto a garota quanto Pomfrey mentissem e dissessem que Hermione apenas passara mal a noite.
– Desculpe a minha ausência, Severo.
A voz de Alvo reverberou pela sala, atraindo a minha atenção. Eu sequer o vira chegar. Estava perdido demais nos meus próprios pensamentos.
– Creio que nada disso aconteceria se eu estivesse em Hogwarts – prosseguiu o velho.
É claro que de alguma forma ele sabia o que acontecera. Dumbledore sempre sabia tudo que acontecia em Hogwarts, mesmo sem estar nos terrenos da escola. Era impressionante.
– Não acho que isso mudaria os planos de Greyback – comentei após um suspiro. – Mas dessa vez foi por pouco. Ele quase a mordeu e depois ela teve uma hemorragia... Eu não deveria ter confiado a segurança dela a um estúpido colar.
– Você não tinha como saber. O importante é que você chegou a tempo, a salvou e ela está bem – murmurou aos pés da cama de Hermione. – Não se preocupe com o Salão Comunal da Grifinória, já deixei tudo em ordem. Os alunos nem notarão que houve uma luta ali. Mas foi muita sorte o salão ser equipado por feitiços silenciadores. Imagine se outros alunos ouvissem a confusão e se envolvessem? Fomos interrompidos quando Papoula entrou no salão.
– Ora, vocês dois! A menina precisa descansar! – nos repreendeu. – Se quiserem conversar, vão lá para fora.
Pomfrey era a única pessoa que eu via ter a audácia de expulsar Dumbledore de algum lugar do castelo. E ele sempre acatava às suas ordens.
– Na verdade, preciso dar uma palavrinha com você, Papoula – respondeu o velho calmamente. – Mas vá descansar, Severo. Mais tarde irei até sua sala para conversarmos sobre as medidas de segurança que tomaremos com a Srta. Granger.
Sabia que ele estava me expulsando de uma forma delicada. Apenas assenti e olhei Hermione uma última vez, antes de sair da Ala Hospitalar e ir para os meus aposentos.
Depois de mais algumas horas de sono e um banho quente, eu fiquei na minha sala corrigindo pergaminhos. Tinha que esperar a boa vontade de Alvo em aparecer para conversarmos. Para a minha sorte, o velho não tardou a bater na minha porta.
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Sangue Negro | Snamione
Fanfiction1982 Uma vila bruxa é invadida por lobisomens e apenas uma garotinha sobrevive. Dumbledore mantém a menina em Hogwarts até que a descoberta de seus pais biológicos leva o Ministro da Magia à exigir que ela seja criada por trouxas. 1996 Hermione Gran...