8 dias para o casamento
Mexer meu braço era impossível e eu não conseguia lembrar o motivo. Minha mão, no entanto, estava solta e eu tentei apalpar o que me segurava. Era macio, liso e quente. Pele. Um suspiro próximo ao meu ouvido confirmou o meu palpite. Abri os olhos lentamente e olhei para a mulher que deixara o meu braço dormente.
Hermione.
Em que momento ela conseguiu se enroscar no meu braço daquele jeito?
Seus braços agarravam o meu, contornando-o. Uma de suas mãos o puxava contra seu peito – o que era constrangedor, porque eu sentia seus seios o envolvendo por baixo da camisa –, enquanto a outra mão apertava o local em que minha marca negra estava escondida sob amanga.
Para tornar ainda mais embaraçoso, a pele que eu tocara antes era do interior das suas coxas, muito perto da sua virilha. Por que ela tinha que estar com as pernas tão encolhidas? Uma delas se sobrepunha a minha perna esquerda, prendendo-me a ela.
De qualquer forma, o que eu mais queria era tirar a minha mão de suas pernas. Mas para isso eu teria que desgrudar Hermione inteira do meu braço e sem acordá-la.
Com muito cuidado, usei minha mão livre para desenroscar seus braços do meu, colocando-os grudados ao seu corpo. Aproveitei para afastá-la pelo ombro, para desencostar seus seios do meu bíceps. A perna foi um pouco mais difícil. Qualquer movimento brusco a acordaria, então desloquei sua perna usando a minha para soltar minha mão esquerda, depois me afastei e pronto. Estava livre.
Olhei para os vitrais das janelas do quarto e pela falta de luminosidade, ainda não tinha amanhecido. Eu tinha mais algumas horas de sono e não iria desperdiçá-las. Para não correr o risco de ser agarrado novamente por Hermione, lhe dei as costas e fechei os olhos para voltar ao meu sono.
Parecia que eu tinha apenas piscado, mas a pouca claridade que irritava meus olhos me dizia o contrário. Já estava na hora de levantar e eu tentei. Só não fui bem sucedido.
Suspirei.
O que era agora?
Olhei para o meu peito e achei a resposta. Hermione me abraçava pelas costas e suas mãos estavam pousadas no meu tórax. Eu conseguia sentir seu corpo inteiro grudado no meu.
Nota mental: Fazer uma barreira de travesseiros na próxima vez.
Se bem que eu duvidava que haveria uma próxima vez. O pedido dela para que eu dormisse ali foi decorrente apenas de um terror noturno. Assim que ela acordasse, lembraria do que eu dissera, continuaria brava e me afastaria na primeira oportunidade.
Eu precisava trabalhar e não podia esperá-la acordar, então tirei suas mãos de mim e substitui meu corpo por um travesseiro. Ela o agarrou e continuou dormindo tranquilamente, logo meu plano foi concluído com sucesso.
Com toda a tranquilidade, tomei banho, me arrumei e ainda perdi alguns segundos para ver Hermione dormir. Ajeitei seus cabelos revoltos, como costumava fazer quando ela era pequena, e lhe dei um beijo na testa, antes de ir para o Salão Principal.
Hermione Granger
Novamente Snape não me acordou e por sorte não perdi a hora. Eu lembrava vagamente da noite anterior. Tive um pesadelo horrível com um homem encapuzado me atacando. No sonho, Snape tentava me salvar, mas o homem o atingia e se aproximava para me matar. Eu acordei afobada e Snape estava ali, vivo e bem. Eu pedi que ele ficasse e nós dormimos juntos... Claro que ele não me esperaria acordar. Só ficara ali por entender como uma obrigação, apenas isso.
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Sangue Negro | Snamione
Fanfic1982 Uma vila bruxa é invadida por lobisomens e apenas uma garotinha sobrevive. Dumbledore mantém a menina em Hogwarts até que a descoberta de seus pais biológicos leva o Ministro da Magia à exigir que ela seja criada por trouxas. 1996 Hermione Gran...