Capítulo 26 - Uma Chama de Esperança

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Um mês se passou desde o incidente do jogo de quadribol. Para a minha alegria, o baile do dia das bruxas seria no final de semana e aquele era o assunto do momento, não eu. A filhote dos comensais.

Eu não recebi nenhum convite para o baile; os garotos estavam com medo de mim. O que foi bom, porque eu não estava interessada em ir, na verdade. O único homem que eu queria que me acompanhasse era Severo e ele não estava muito disposto, digamos assim. Harry iria com Gina, que rompera com Dino semanas antes. E Rony convidara sua nova namorada, Lilá Brown. Eles estavam juntos desde o jogo contra a Lufa-Lufa.

Além disso, me inscrevi no clube de duelos de Lupin. Era bom para ocupar a mente. Ultimamente tive muito tempo livre, depois de ser liberada por tempo indeterminado das aulas de poções.

Na última semana, passei mal com o cheiro de alguns ingredientes e fiquei tão enjoada que o professor Slughorn preferiu que eu ficasse um tempo longe das masmorras até descobrir se era algum tipo de alergia. Eu duvidava que fosse isso. Nunca tive nenhum tipo de reação adversa nas aulas com Severo. Deveria ser meu emocional. Estava passando por situações muito estressantes.

Infelizmente, as coisas não mudaram. Severo continuava a me desprezar, as pessoas ainda desviavam seus caminhos quando me viam passar pelo corredor, Draco parecia mais isolado a cada dia que passava e Remo estava cada vez mais próximo de mim.

Não que o último item fosse ruim. Lupin era o que me impedia de enlouquecer nos últimos tempos. Mas sua proximidade me inibia, principalmente por ainda amar Severo.

Por falar nele, eu acabara de sair da aula de Defesa Contra as Artes das Trevas. Snape estava mais mal humorado do que de costume. Eu nem me dava mais ao trabalho de tentar responder às suas questões. Ele me ignorava mesmo. Já começava a duvidar se ele se lembraria do quesentiu por mim um dia.

Harry e Rony foram encontrar Gina e Lilá antes do jantar e eu preferi ir até a torre de astronomia. Era um bom lugar para pensar e relaxar. Apoiei-me nos corrimões que rondavam os limites da torre e fiquei olhando o sol fraco se pondo no horizonte. Era um dia frio. Mas se me perguntassem, eu acharia que todos os dias sem Severo eram mais frios do que de costume.

Sentei no beiral e abri um livro. Ler era o meu melhor passatempo. Eu conseguia me desconectar da minha desgraça por alguns minutos e isso fazia toda a diferença para manter minha sanidade.

Quando já não restavam mais raios solares, eu resolvi guardar meu livro para ir jantar. Porém, uma luminosidade esverdeada chamou minha atenção. Procurei sua origem e não demorei a encontrá-la no meu dedo. O anel com o Brasão dos Black estava envolto pela luz.

Franzi o cenho.

Voldemort disse que transformou o anel em uma chave de portal. Seria isso? O portal estava ativo? Toquei o brasão com os dedos da mão direita e antes que pudesse impedir, tinha deixado Hogwarts.

Assim que avistei as portas da mansão dos Malfoy, bufei. Eu não ia até lá desde que Draco me tirou do castelo por conta dos comentários sobre matéria do Profeta Diário. Estava para dar as costas e tentar voltar para Hogwarts, quando a porta se abriu e um elfo pediu que eu entrasse.

– Srta. Black, estão esperando a senhorita – ele murmurou após uma reverência exagerada. – Acompanhe-me, por favor.

Segui o elfo, estranhando o fato de "estarem me esperando". Quem exatamente?

A questão sumiu da minha mente quando me vi parada na frente das portas duplas da sala de jantar. Claro, quem além de Voldemort poderia requisitar a minha presença? Ele não me presenteara com o anel para meras visitas, o anel servia como a marca negra dos comensais. Assim, sempre que ele quisesse falar comigo, eu seria avisada pelo anel.

Sangue Negro | SnamioneOnde histórias criam vida. Descubra agora