Capítulo 8 - Equívocos e Truques

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15 dias para o casamento

Depois que Hermione saiu da minha sala, eu quebrei alguns artigos atirando-os com violência contra as paredes. Ainda não conseguia me conformar com a atitude repulsiva daquele búlgaro de mente fraca. Se Hermione não tivesse usado magia elemental, sabe-se lá o estrago que aquele imbecil teria feito.

O pior é que eu sequer dera falta dos dois durante a festa. Eu lembrava de vê-la gritando com o Weasley e chorando na escadaria no final da noite. Mas não percebi sua ausência pouco antes. Se eu não tivesse me distraído com as conversas de Alvo, talvez conseguisse evitar aquela cenagrotesca.

Mas não adiantava me lamentar agora. Eu precisava focar em questões mais urgentes como: livrar Hermione de Greyback e descobrir quem era a paixão de Hermione. Claro que eu suspeitava de Lupin. Pelo menos, eu sabia que Lupin nunca agiria como Krum. O que já o fazia ganhar pontos. Porém, os perdia no quesito "Lobisomem".

A barulheira fora da sala atrapalhou meus pensamentos. A última aula do dia estava para começar e seria com o sexto ano. Independente dos meus deslizes em aparentar frieza e indiferença durante as aulas de Oclumência, eu não mudaria a forma de tratar Hermione em sala. Continuaria com a minha carranca, tirando pontos da Grifinória e menosprezando seus esforços. Era um mal necessário.

Abri a porta da classe e saí para o corredor para deixar espaço para os cabeças-ocas entrarem. O trio passou rapidamente por mim e eu ignorei o olhar de Hermione. Parei para observar Draco, a cada dia que passava mais as olheiras do garoto cresciam, assim como ele se isolava e se calava. Estive tão focado em Hermione, que mal notava o menino. De qualquer forma, ainda era muito cedo para ele se desesperar.

Entrei depois de todos e fechei a porta com um aceno de varinha ao chegar na minha mesa.

– Quero os pergaminhos com os deveres da última aula na minha mesa – comecei, mas nenhum deles se moveu. – Agora.

Hermione tirou lentamente um rolo de pergaminho da mochila e o deixou sobre a mesa. Nenhum outro aluno moveu um dedo sequer. O que era isso? Uma rebelião? A pessoa que tinha menos tempo livre e mais problemas da sala, me entrega o dever – e eu apostaria um braço que ele estava impecavelmente bem feito –, enquanto os outros imbecis nem tentaram?

– Mais ninguém? – vociferei. – Tsc, tsc. Mal começaram o ano e já vão levar um zero.

Ouvi alguns murmúrios estarrecidos. O que esses idiotas esperavam?

– Calados – rugi e eles imediatamente obedeceram. – Como hoje continuaremos a treinar feitiços não verbais, porque vocês não conseguiram realizar nada de útil na última aula, já adianto que quero três metros de pergaminho sobre feitiços mudos, seus benefícios e finalidades. Para sexta.

Os resmungos de antes se tornaram berros queixosos e protestos.

– Silêncio – ordenei e eles se aquietaram. – Não quero desculpas! Agora separem-se em pares e treinem os feitiços não verbais. Sem murmúrios. Comecem.

Como na aula anterior, Hermione fez par com Longbottom. Eu me perguntava se o garoto ainda se sentiria à vontade para treinar com Hermione quando soubesse que ela era filha da mulher que tirara a sanidade de seus pais e ainda o torturara dois meses antes. É claro que Hermione não tinha a mente maligna dos pais, mesmo assim, só o sangue seria o suficiente para deixar Longbottom aterrorizado.

Continuei caminhando entre os alunos, observando alguns cabeças-ocas ainda murmurarem os feitiços para disfarçar e outros ficarem roxos de tanto esforço. Malfoy parecia em outro mundo e eu o deixei em paz. Fui atormentar o Weasley que parecia que desmaiaria a qualquer momento. Mas antes que eu pudesse dizer algo, ouvi um barulho alto de colisão e um grito.

Sangue Negro | SnamioneOnde histórias criam vida. Descubra agora