Capítulo 14 - O Segredo de Snape

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Depois do que me pareceram horas, eu consegui conter a raiva e me encolhi em um canto do banheiro. Estava lutando contra a vontade de sair dali e descarregar em mais alguém.

A porta do banheiro se abriu e eu torci para que não me vissem. Caso contrário, todo meu esforço seria em vão e eu atacaria. Eu estava me segurando, mas não era fácil. Infelizmente, a pessoa estava me procurando. A professora McGonagall se aproximou tão logo me encontrou.

– Professora, não chegue mais perto – pedi.

Da minha varinha, algumas fagulhas voavam pelo banheiro, sem a minha permissão.

– Está tudo bem, querida – murmurou gentil.

– Não. Eu ataquei Lupin. Não quero atacá-la também. Por favor.

Mas ela se aproximou e tirou a varinha de mim. Ela não entendia? Eu não precisava da varinha para machucá-la.

– Aguente firme. Alvo irá ajudá-la.

– Não – vociferei e os vitrais que ainda estavam inteiros se partiram. – Ele não se importa. Ele me usou!

O ódio estava ganhando espaço e eu sabia que o próximo passo seria atacar McGonagall.

– Venha comigo e poderá descontar nele, o que acha? – propôs insanamente.

A raiva me sussurrou que era uma boa ideia. Acabar com o mal pela raiz. Eu assenti e ela me guiou até a gárgula que guardava a sala do diretor. Eu ainda sentia meu corpo tremer, mas em uma proporção muito menor. Meu medo era o que aconteceria quando eu visse Dumbledore. Só de pensar em seu nome, o ódio crescia e implorava para sair.

Assim que atravessamos a porta de sua sala e eu vi o velho homem de barbas brancas longas, algo dentro de mim extravasou. Livros voaram das estantes, vidros se quebraram, as janelas se partiram e vários objetos se espalharam, tornando a sala um caos.

– Procure Severo, Minerva – foi tudo o que ele disse.

– Isso professora, traga ele aqui e então poderei acertar as contas com os dois.

A voz que saiu da minha garganta estava irreconhecível. A ira pura me assomava. Eles mentiram para mim. Eles me usaram. E eles pagariam.

– Em que posso ajudá-la, Srta. Granger? – ele tornou a falar tranquilamente.

– Ajudar? – vociferei. – Você sempre soube que eu era filha de Voldemort e me manteve na rédea curta com medo que eu escolhesse as trevas! Porque eu seria uma ameaça! Você me usou! Você e Snape nunca se importaram! – eu gritava ignorando o que ainda voava ao nosso redor. – Tudo o que importa é me manter ao lado de Harry e garantir a vitória na guerra! Eu já entendi!

– Srta. Granger – recomeçou ainda calmo –, pense o que quiser de mim. Mas dizer que Severo não se importa é o seu maior erro.

– Erro? – desdenhei aos berros. – Ele não se importa! Estava apenas fazendo um favor ao senhor! Eu o amava e ele sempre me desprezou por ser filha de quem eu sou! Todos me desprezam, eu sei. Mas ele é o que mais dói.

Eu só percebi que estava chorando quando as lágrimas escorreram além do limite do meu rosto e mancharam o meu suéter. Abracei meu próprio corpo. Eu tremia e chorava sem o menor controle daquilo.

Dumbledore se aproximou e eu me afastei. No entanto, ele insistiu até ficar a centímetros de mim. Eu me segurava para não explodir de novo e a distância só dificultava minha tarefa. O diretor pegou meu colar e o olhou com pesar.

– A prova que a senhorita precisa está aqui – murmurou. – Venha.

– Como meu colar poderia provar alguma coisa? – vociferei.

Sangue Negro | SnamioneOnde histórias criam vida. Descubra agora