Capítulo 5 - O voto perpétuo

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Aparatei nos portões da mansão dos Malfoy antes do início das aulas. Com sorte, voltaria para o café da manhã com a resposta de Narcisa. Um elfo doméstico me recebeu na porta da casa e pediu que eu esperasse no saguão, enquanto ele chamava por sua senhora.

Narcisa apareceu no hall da entrada rapidamente, estava pálida e apreensiva. Ela deveria achar que minha visita fosse para alertá-la sobre algum problema com o filho. Era uma boa mãe e estava preocupada com o futuro de Draco. Eu não poderia tirar a razão dela. O menino se tornara um comensal e isso poderia significar a sua morte.

– Severo, aconteceu algo com Draco? – perguntou com as mãos no peito, arfante.

– Não, Narcisa. Draco está bem. – Acalmei-a e ela suspirou aliviada. – Estou aqui por outro motivo. Podemos conversar em particular?

Ela se surpreendeu com o meu pedido, mas acatou.

– Claro. Vamos ao escritório de Lúcio, lá teremos privacidade.

Eu concordei com um meneio de cabeça e a segui escadaria acima. Ela caminhou metade do corredor até uma porta dupla e a abriu, dando passagem para eu entrar primeiro. Agradeci e adentrei o cômodo. Era um escritório amplo e luxuoso, a marca dos Malfoy. Todo decorado em verde e prata. 


Narcisa me indicou uma poltrona próxima à lareira, para que eu me sentasse, e se acomodou na que estava ao lado.

– Quer beber algo? – indagou educadamente e eu recusei com um meneio de cabeça. – Então, a que devo a visita?

– Narcisa, vim tratar de um assunto sério e preciso que seja sincera. – Ela franziu o cenho, mas assentiu. – Eu sei sobre a filha de Bellatrix e o Lorde.

A loira arregalou os olhos. Estava completamente em choque e mal piscava. Dei a ela alguns segundos para se acostumar com a informação e ela abriu a boca algumas vezes antes de realmente conseguir pronunciar algo.

– Como?

– Há 13 anos, o vilarejo onde a sua sobrinha estava, foi atacado por Greyback – ela concordou. – Para a sorte dela, eu consegui impedir que um lobisomem a atacasse. No entanto, quando o Ministério procurou por parentes da menina, descobriu seus verdadeiros pais. Em uma medida de segurança, a garota foi enviada para ser criada por trouxas. Algo que retardasse seu contato com o mundo bruxo e a mantivesse longe da verdadeira família. Como eu a salvei, fui posto a par da situação e soube sobre sua linhagem.

Narcisa me encarava com uma genuína preocupação. Mas minha história pareceu ser o suficiente para não questionar mais nada.

– O que você precisa de mim, Severo?

– Ontem, Hermione teve sua mente invadida por alguém – a mulher franziu o cenho. – Segundo ela, uma voz masculina dizia que estava indo buscá-la e que nem Dumbledore conseguiria protegê-la. Suspeito que o Lorde esteja por trás disso e preciso que você me diga o que ele planeja, se você souber.

Ela suspirou e cobriu o rosto com as mãos. Ela negava com a cabeça consecutivamente, murmurando coisas desconexas. Após alguns segundos, ela voltou a me encarar e seus olhos estavam marejados.

– Não é o Lorde – ela fungou. – É Greyback.

– O quê? – questionei com o cenho franzido.

– Veja a minha mente – pediu. – Você entenderá.

Não precisei de um segundo convite, apenas puxei a minha varinha e apontei para o rosto de Narcisa.

Legilimens.



Vi a memória de Narcisa se abrir na minha frente. A loira estava alguns anos mais jovem e caminhava sorrateiramente pela mesma casa em que estávamos agora. Ela abriu uma fresta de uma das portas com cuidado e espiou dentro do cômodo. Era uma sala de estar ampla, mas nela só havia duas pessoas. Reconheci-as de imediato. Bellatrix, com um bebê no colo, e Greyback.

Sangue Negro | SnamioneOnde histórias criam vida. Descubra agora