Capítulo 24 - O pedido de Harry

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– Antes de nos fartarmos desse maravilhoso banquete, gostaria de fazer dois comunicados – Dumbledore anunciou antes do jantar. – Primeiramente, serão abertas as inscrições para o clube de duelos, ministrado pelo professor Lupin. – O diretor apontou para Remo e alguns alunos murmuravam animados com a notícia. – E, será realizado um baile em comemoração ao dia das bruxas. Então convidem seus pares!

A notícia do baile me tirou dos holofotes por alguns instantes e eu quase agradeci Dumbledore por isso. O dia foi insuportável. Por onde eu passava, as cabeças viravam para me olhar e os cochichos estavam me enlouquecendo. Bellatrix tinha razão, eu tinha a opção de ameaçá-los, mas preferi ignorar, por mais difícil que fosse.

Draco ficou por perto o máximo de tempo possível e ele é quem gritava e espantava os curiosos. Harry e Rony queriam ajudar, mas ficar perto de Malfoy não era do agrado dos dois e eles mantinham uma pequena distância de nós.

A aula de Defesa Contra as Artes das Trevas foi horrível. Ver a indiferença de Severo e saber que não era fingimento, era devastador. Eu já tinha acostumado com as grosserias disfarçadas e os sorrisos escondidos. Porém, hoje, não haveria sorrisos, apelidos carinhosos, abraços depois da aula, ajuda nos deveres e nem dividiríamos a mesma cama. Bem, eu teria que me acostumar. Severo ignoraria a minha existência até que sua memória voltasse. Se voltasse.

Depois do jantar, eu fui até a sala de Dumbledore. O alvoroço do baile pode ter distraído todos os outros, mas eu queria tirar uma dúvida com o diretor. Voldemort instigou minha curiosidade e eu não descansaria até ter uma resposta. Após dizer a senha e subir a escadaria escondida sob a gárgula, bati à porta. Segundos depois, a voz baixa e calma de Dumbledore pediu que eu entrasse e eu o obedeci.

– Srta. Granger – saudou-me e apontou uma das cadeiras à frente da sua. Caminhei até ela e me acomodei. – Em que posso ajudá-la?

– Gostaria de perguntar algo ao senhor, se não se importar.

Ele ergueu uma sobrancelha, parecia dividido entre a curiosidade e a surpresa. Uma de suas mãos alisou sua barba, antes dele se debruçar na mesa e enlaçar os próprios dedos.

– Claro, criança, pergunte – permitiu.

Pigarreei antes de olhá-lo nos olhos para prosseguir com a minha questão.

– Quando estava na mansão dos Malfoy, Voldemort tentou me tocar, mas foi repelido. Ele disse que eu estava protegida – contei e ele assentiu. – Mas Severo disse que não colocou nenhum feitiço no colar. Não entendo...

– Severo não colocou o feitiço no colar – ele enfatizou. – Acredito que ele nem tenha percebido o que fez, Srta. Granger.

Franzi o cenho.

– O que quer dizer? – externei minha dúvida.

– O feitiço está em você. O que a protege, Srta. Granger, é amor.

– Amor? Mas...

– Amor é a magia mais poderosa que existe. Harry é a prova viva disso – expôs e eu concordei. – A proteção de Severo deve garantir que ninguém mal intencionado ou que não nutra afeição pela senhorita, a toque.

– Mas senhor, a mãe de Harry precisou se sacrificar para dar a ele essa proteção, enquanto Severo está vivo e bem.

– Existem vários tipos de sacrifício, querida – murmurou gentil.

– O senhor disse que essa proteção não deixa que ninguém que não nutra afeição por mim, possa me tocar. Mas Bellatrix até me abraçou...

– Amor não rejeita amor, Srta. Granger.

Sangue Negro | SnamioneOnde histórias criam vida. Descubra agora