9 dias para o casamento
Snape não me acordou no dia seguinte. Na verdade, quando eu acordei ele já nem estava mais pelos aposentos. Só deixara meu colar consertado sobre a mesa de cabeceira. Bem, agora ele era só um simples colar. O feitiço que estava nele fora desfeito e eu duvidava que Snape colocaria outro. Depois de ontem, se ele fosse enfeitiçar algo meu, seria para me amaldiçoar.
Tomei café com Rony e Harry fingindo estar plenamente bem. Harry era o mais sensível às minhas mudanças de humor e sempre percebia quando algo estava errado, por mais que não perguntasse. Rony não perceberia nada a não ser que eu chorasse descontroladamente na frente dele. Então, por Harry, eu disfarçava da melhor forma possível.
Felizmente, eles precisavam de ajuda com alguns deveres e usamos o primeiro tempo livre para estudar. Eu considerava isso bom porque enquanto estivesse concentrada nos trabalhos, não pensaria nas grosserias de Snape.
Pela primeira vez em seis anos, tive dificuldade em realizar as tarefas das aulas de Transfiguração e Feitiços. Era como se a minha magia estivesse em curto e falhasse no meio dos feitiços. McGonagall e Flitwick ficaram surpresos por eu não ser a primeira da turma a ser bem sucedida. Eles não foram os únicos, claro, e eu ficava cada vez mais chateada com o passar do dia. Por sorte, depois do almoço, só restariam as aulas de Herbologia e eu não precisava de magia nelas.
Nunca foi tão bom desviar de tentáculos venenosos. Curiosamente, o resto da turma parecia achar o mesmo. Herbologia era a matéria que menos exigia de nós e no meio de tantos deveres e conteúdos, uma aula tranquila era o que mais desejávamos.
Depois do jantar, eu me despedi dos meninos e fui encontrar Lupin. Nós nos veríamos todos os dias agora para conversar e como eu não queria ver Snape tão cedo, foi um plano muito bem vindo.
Entrei na Sala Precisa e, como esperado, Lupin já estava ali. Ele levantou da poltrona e abriu um sorriso ao me ver. Caminhei até as poltronas e ele me recebeu com um abraço.
– Sente-se, por favor – pediu. – Estava pensando em algumas possibilidades...
Fiz o que Lupin sugeriu e ele logo se acomodou na própria poltrona, se debruçando levemente para nos vermos melhor.
– O que pensou? – indaguei curiosa.
– Você me disse que sua magia não funciona com Greyback, certo? – confirmei. – Mas somente quando você usa magia diretamente nele, não é?
Pensei um pouco sobre o que ele dissera.
– Sim, quando usei os móveis para tentar pará-lo, a magia funcionou normalmente. Só não esperava que ele fosse se livrar com tanta facilidade – expliquei.
– Bem, estive pensando em te ensinar a usar uma magia com elementos que estão em todos os lugares possíveis, sendo assim, você poderá afastar Greyback sob quaisquer circunstâncias – murmurou feliz e eu senti uma ansiedade crescer. – O que sabe sobre magia elemental?
– Só a teoria. A magia elemental usa os quatro elementos da natureza: ar, água, fogo e terra. Criando-os a partir do nada, ou simplesmente se aproveitando dos elementos próximos para dominá-los ao seu favor. Dizem que os bruxos mais poderosos conseguem controlar a magia elemental sem usar as varinhas, são Avaradores – respondi prontamente.
– Exato! E é isso que iremos treinar – ele levantou rapidamente da poltrona. – Venha.
Juntei-me a ele e segurei a varinha fortemente. Depois do meu desempenho desastroso nas aulas, eu não queria falhar com Lupin.
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Sangue Negro | Snamione
Fanfic1982 Uma vila bruxa é invadida por lobisomens e apenas uma garotinha sobrevive. Dumbledore mantém a menina em Hogwarts até que a descoberta de seus pais biológicos leva o Ministro da Magia à exigir que ela seja criada por trouxas. 1996 Hermione Gran...