Kate Warren
Jake estacionou a moto dentro do galpão, e eu não me lembrava que era tão longe, aliás, me lembrava de muito pouco daquela noite, mas definitivamente, não lembrava que era tão grande, apenas notei o quanto o lugar era escuro, e isso não mudou. O portão de entrada era de correr, acionado por um controle remoto que ele apertou, depois disso, ele teve que descer da moto para arrastar o portão pesado da garagem do que parecia ser uma fábrica.
De cara, vi muitas motos estacionadas, e nenhum maquinário, estava repleta de ferramentas em um balcão preso a parede de ponta a ponta, e peças penduradas. As janelas eram altas, insuficientes para iluminar o local, se as lâmpadas não fossem acesas e ainda assim, a maioria estava queimada.
Parecia que não havia ninguém ali, mas então, passamos por mais uma porta de aço pesado e luzes baixas iluminaram uma espécie de sala. Um cenário caótico e claramente masculino. Havia garrafas de cerveja por toda parte. Dois sofás de couro preto virados para uma televisão ligada em cima de caixotes improvisados. Uma mesa de centro, completamente tomada por copos e caixas de pizza espalhadas, e nem pareciam ser de hoje.
"Wash It All Away" do Five Finger Death Punch tocava em alguma saída de som.
Tinham quatro pessoas ali, e todos cessaram as conversas quando me viram.
— Trago notícias — disse Jake, com aquele sorriso familiar. — Kate é da família agora.
Como se eu tivesse escolha.
Os três homens no sofá sorriram, mas não foi algo hospitaleiro, era o tipo de sorriso que surgia em uma roda de homens quando viam um pedaço de carne nova, apenas a garota entre eles se levantou, com um semblante satisfatório.
— Eu disse que Doc a convenceria. — Ela caminhou até mim. Seu cabelo era de um platinado incrível, pele clara com maçãs do rosto bem definidas e lábios cheios e expressivos. Ela vestia um macacão preto que mais parecia uma segunda pele, cobrindo seus braços e marcando cada curva de seu corpo esguio.
— Você apostou, como todos os outros — pontuou um homem, no qual eu detinha meu olhar, pois ele era albino. Não uma anomalia defeituosa como eu, um albino, em cada fio despigmentado e olhos azuis sensíveis por baixo dos cílios brancos, enquanto separava cartas de baralho .
— E ganhei. Mas não fica chateada, Kate, você não é o único motivo de nossas apostas por aqui — ela disse, com um sorriso de canto.
— Também apostamos que Riv a mataria — disse um deles.
— E perderam. — Ela piscou. — Sou Eazy. Fiquei enlouquecida com aquela sua derrapagem queimando asfalto. Deve ter sido preciso muita força para o seu corpo não ser lançado.
— Deve ser por isso que amanheci com os ombros triturados no dia seguinte — respondi, totalmente o oposto do seu entusiasmo.
— Já vi o Mamute cair por muito menos com o peso da moto. — Olhei para onde ela apontou, e ele ergueu uma caneca de aço em minha direção.
O apelido não era em vão, o cara era enorme, com os maiores braços que eu já tinha visto pessoalmente, cobertos por tatuagens. Não apenas nos braços, elas dominavam seu pescoço, panturrilhas, e eu poderia apostar que cobriam a maior parte do seu corpo. O cabelo comprido era um toque bárbaro, complementando seu físico monstruoso.
— Mas detonou os pneus da Petúnia — comentou Jake. — Eu teria feito a mesma curva sem precisar frear tanto.
— Quem liga para pneus quando está no meio de uma perseguição que pode custar sua vida, garoto? — perguntou Mamute, e... uau, sua voz tinha um timbre grave e antigo, completamente intimidador.
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My Nemesis - Dark Romance
Roman d'amourDark Romance - Enemies to Lovers O mundo quer heróis, mas heróis morrem. Eu sou a exceção... sou quem sobrevive. Kate Warren se esconde sob uma nova identidade após uma prisão. Agora, ela vive uma vida dupla como hacker e balconista de um bar; o co...