39 - Críptico

3.7K 439 390
                                    

O pau de Riv dormiu dentro de mim na noite passada

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


O pau de Riv dormiu dentro de mim na noite passada.

No meu oitavo dia de casada.

Quem estava contando? Bem, ele.

Estávamos tão cansados após uma faxina geral no galpão que o sexo foi rápido, apenas o suficiente para drenar o último resquício de energia que nos restava.

Enquanto eu enxaguava o rosto na pia, flashes do dia anterior vieram à mente. Riv e eu ficamos responsáveis pela cozinha. Limpamos tudo, dentro e fora dos armários. Descobrimos onde o Mamute escondia o pote de doce e roubamos uma colherada. Ele até planejou voltar lá à noite, mas sabia que seria óbvio demais.

Oito dias. Oito dias dessa nova rotina que eu ainda me esforçava para chamar de minha. Acordar cedo graças ao Mamute, descer para a academia e suportar o silêncio entre nós enquanto ele me passava os exercícios. Mamute falava pouco, só o essencial para garantir que eu não quebrasse a perna por pura teimosia.

Minha perna, aliás, estava bem melhor. O lado bom? Eu conseguia me abaixar. O lado ruim? Isso significava que agora eu estava pronta para começar musculação. 

Hoje, porém, eu pulei o treino. Não estava me sentindo bem, e bastou resmungar algo para que Riv fosse avisar Mamute por mim. Ele nem questionou, provavelmente porque ainda lembrava da crise de espirros que eu tive ontem por conta dos produtos de limpeza. Uma lembrança que me arrancou um sorriso discreto enquanto secava o rosto na toalha com a quantidade de vezes que Riv soltou um sincero "eita". 

Meu olhar desviou automaticamente para a pia de porcelana branca enquanto eu escovava os dentes. E foi ao enxaguar a boca que notei um pingo de sangue na cuba.

Franzi o cenho e ergui o rosto, encarando o espelho. Um filete vermelho escorria do meu nariz. Não era muito, mas o suficiente para pingar de novo.

— Que droga. — Resmunguei, limpando com a água antes de inclinar a cabeça para trás, tentando conter o sangramento.

Rinite e sinusite atacada não combinam com pó e produtos de limpeza. Com certeza.

Depois de inclinar a cabeça para trás por alguns minutos e controlar o sangramento, enxaguei o nariz com água fria e me encarei no espelho novamente. Meus olhos estavam um pouco vermelhos, as olheiras azuladas fundas. Minha pele estava bem pálida sem nenhum vestígio da maquiagem. Eu estava com cara de doente, mas isso não era uma novidade.

Suspirei, largando a toalha na bancada. Saí do banheiro, atravessando o corredor silencioso até o quarto. Abri a gaveta da cômoda e comecei a procurar a cartela de anticoncepcional. Mexi nas roupas dobradas, empurrei os itens jogados no fundo... mas não estava lá. Meus olhos pousaram na cartela vazia.

— Mas já? 

Essa era a segunda cartela que eu terminava. 

Fechei a gaveta sem muita escolha, eu teria que sair de uma forma ou de outra. Caminhei pelo corredor depois de pronta. Parei diante do quarto de Eazy e bati duas vezes na porta. Esperei alguns segundos. Silêncio. Quando já pensava em voltar, ouvi sua voz abafada do outro lado:

My Nemesis - Dark RomanceOnde histórias criam vida. Descubra agora