43 - Anarquia

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— Eu disse que viria, moya krasavitsa

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— Eu disse que viria, moya krasavitsa.

A voz dele deslizou pela minha pele como um arrepio doentio, enroscando-se em meu estômago em um nó apertado.

Engoli em seco. Mantive meus olhos fixos à frente, adoçando minha voz com um sorriso que meu pai adorava ver em meu rosto. 

— Você nunca me decepciona.

Me forcei a continuar olhando para frente, sem permitir que meu corpo revelasse o pavor que me invadia.

Primeiro, foquei na garota — Sophie. Ela também olhava para frente. Depois, no homem perto do poste à minha direita. Em seguida, no brilho do fuzil posicionado na janela, buscando o rosto de Riv. Por fim, encontrei Nik. Sua máscara virada para mim, imóvel. Eu não podia ver seu rosto, mas sentia seus olhos me perfurando, analisando cada detalhe da minha postura.

Ele desconfiava.

E tinha bons motivos para isso. Eu não podia pedir ajuda, estava sozinha. Busquei sentir a arma presa debaixo da saia, na minha coxa. Eu sabia o que fazer com ela. Eu podia, mas aquele fuzil ainda tinha Riv na mira. 

— Eu fiz tudo o que você me pediu. — A voz de Alexandr era um veneno escorrendo direto para os meus ouvidos. — O que foi aquela solicitação judicial? Você acha que já não te reconheci como minha filha? Você acha que já não tem um império em seu nome, esperando apenas você voltar para casa?

Meus pulmões queimavam. Sua presença atrás de mim era sufocante, tão sufocante quanto a cela em que ele me mantinha.

Minhas pálpebras tremularam, e eu precisei segurar meu queixo para impedir que ele tremesse. Por sorte, ele não podia ver meu rosto. Não podia ver o quanto me apavorada a ideia de voltar para aquele lugar.

— Vai me levar pra casa, papa?

Alexandr riu. Baixo. Controlado. Um doente. Essa risada rastejou por minha espinha e eu desejei vomitar.

— Ainda não. — Seu tom era quase afetuoso, e por isso mesmo tão mais apavorante. — Eles viriam atrás de nós, mas vou cuidar disso. Ninguém nos seguirá.

Um frio gélido se espalhou por meu peito.

Não.

Meus dedos formigaram, minha mente girando em uma velocidade absurda. Eu sabia o que aquilo significava.

Meu queixo tremeu, e eu apenas confirmei naquele momento que Riv era muito mais do que meu ponto fraco. 

— Não o mate.

— Querida...

Eu disse para não tocar nele! — rosnei.

Nik se moveu instantaneamente, um passo mais perto, sua mão escorregando discretamente para as costas, pronto para puxar a arma. Ele se afastou do centro do pátio, tentando encontrar um ângulo melhor. Tentando me ver através daquele vão entre as pessoas.

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⏰ Última atualização: 5 hours ago ⏰

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My Nemesis - Dark RomanceOnde histórias criam vida. Descubra agora