Kate Warren
Meu cenho franziu assim que o último retorno para Beeville Rigde ficou para trás. Minha passada no galpão foi rápida, apenas para pegar uma jaqueta mais quente e... como eu sairia sozinha, a arma de Riv que ainda estava na cômoda não me pareceu uma escolha idiota.Se a cidade já era caótica com a ordem, imaginei como estaria agora.
Eu estava agora mesmo pensando o que ia dizer para convencer Rue a vir comigo. Se... café e torradas também seria legal da minha parte. Sabe? Cuidar dela, da mesma forma que ela fez comigo.
Mas avistei a placa de Refúgio e um arrepio percorreu minha espinha. Rue morava por ali? Não fazia sentido.
O GPS dizia que eu estava perto, mas era só olhar em volta para saber que tinha algo estranho. Ao invés de um prédio residencial, só o que eu via eram containers empilhados no porto. A linha ferroviária não estava muito longe daqui e de onde eu estava, conseguia ver a antena de celular que Riv e eu esperamos na outra noite.
Meu coração afundou no peito, e eu tinha uma péssima impressão de que isso ia piorar antes de melhorar.
Ao parar minha moto, liguei para o Jake, esperando que ele dissesse que errou o endereço, que foi um maldito engano, qualquer coisa, mas claro, a ligação caiu na caixa de mensagens.
— Oi, eu não conheço nenhum Jake, você ligou errado.
Rolei os olhos, era a voz dele na gravação.
— Jake? Você me mandou para o porto? Que porra é essa? — Olhei em volta, me sentindo em um filme de terror. — Não tem nenhum apartamento aqui, e duvido que a Rue more dentro de um container.
E foi então que senti meus lábios formigarem. O pressentimento esfriou os ossos da minha coluna. Apertei o celular com mais força
O ponto no visor continuava piscando no meio daquele labirinto de metal. Minha respiração acelerou. Algo estava muito errado.
Estamos falando de uma engenheira astrônoma que hackeou o único satélite de GPS que não tinha seu sinal bloqueado em Beeville Rigde. O da força aérea. E Nahi só sabe disso porque eu sabia.
Meus olhos varreram o lugar.
— Merda. Não faz isso comigo, eu estou sozinha. — Meu coração disparou, sentindo a arma de Riv presa na minha bota.
Talvez nem tanto.
Meu celular vibrou com uma nova mensagem.
"Sai daí agora!"
O nome de Jake apareceu na tela. Mas, ao invés de obedecer, tomei a segunda decisão mais estúpida da minha vida.
Desci da moto.
Deixei o capacete no guidão e comecei a andar pelo corredor estreito, entre duas pilhas de containers que se erguiam como paredes gigantes.
Parei em frente a um deles, um todo preto com a insígnia da Força Aérea. Nada relevante, apenas notei que não era o único, então esta deve ser uma área militar. Segui em frente, tentando lembrar se já tinha passado por aqui antes.
O porto estava vazio, ou pelo menos por ali. De fundo eu ouvia caminhões dando ré, empilhadeiras e alguns trabalhadores.
O vento assoviou pelos espaços estreitos entre as latas, um sussurro frio nas minhas orelhas, me forçando a levantar o capuz da jaqueta.
Mais uma curva, mais uma fileira. E foi quando meus olhos caíram num largo corredor de containers com marcas recentes de pneu no chão.
Ouvi as vozes e me aproximei com cuidado. Havia meia dúzia de homens armados, todos ao redor da porta aberta do container. Tentei me aproximar ao máximo, usando o container ao lado para me esconder e ainda assim, ouvir parte da conversa que veio logo depois.
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My Nemesis - Dark Romance
Storie d'amoreDark Romance - Enemies to Lovers O mundo quer heróis, mas heróis morrem. Eu sou a exceção... sou quem sobrevive. Kate Warren se esconde sob uma nova identidade após uma prisão. Agora, ela vive uma vida dupla como hacker e balconista de um bar; o co...