40 - Subterfúgio

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Eu não conseguia dormir naquela noite

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Eu não conseguia dormir naquela noite.

Cada tentativa de fechar os olhos me fazia ouvir minhas próprias palavras ditas ao Mamute. Me virei de um lado para o outro, os lençóis amassados presos às minhas pernas, enquanto minha mente vagava por lugares que eu odiava revisitar.

Revirei o quarto inteiro, buscando um cigarro, algo que silenciasse as vozes, mas só encontrei aquele espaço vazio ao meu lado na cama que parecia zombar de mim. Eu o detestava. 

Depois de resistir até o limite, me rendi. Peguei o celular e mandei uma mensagem para Riv. Era patético, ele provavelmente ainda estava no bar do Doc, mas por um momento, pensei que ele pudesse preencher esse vazio como tem preenchido.

Kate: "Vai demorar muito?"

Esperei, contando os segundos, mordendo o canto da unha como se isso fosse acelerar o tempo. Ele demorou cinco fodidos minutos para responder.

Riv: "Não me espere hoje. Boa noite."

Meu estômago se contraiu em um nó. Abracei o travesseiro e me virei para a parede. Aquele nó não deveria estar ali. Eu odiava isso. Era ridículo. Eu estava sendo ridícula. 

Acabei cochilando, exausta, mas acordei sobressaltada com o som de algo pesado caindo na cama. Meu coração disparou, como se eu estivesse sob ataque. Por um instante, pensei que fosse Riv, finalmente voltando e desabando no colchão. Mas quando meus olhos se ajustaram à escuridão, vi que era uma bolsa.

Ela estava cheia e parecia pesada. Ele a jogou antes de se sentar na beira da cama, tirando os sapatos.

A penumbra mal escondia o cansaço no rosto dele. Ainda era madrugada, e ele parecia ter acabado de chegar.

— Onde esteve? — Minha voz saiu rouca, um reflexo da noite e do amargo que parecia ter grudado na minha garganta.

Me ajoelhei na cama, deslizando as mãos por suas costas. Ele nem se virou.

— Com Nik. Hart. Zahara. Kessie. Mamute. E mais um monte de gente que você odeia. 

Meu peito se apertou, mas o orgulho me impediu de demonstrar.

— Passou a noite bebendo? — Questionei, sem esconder o julgamento por trás da pergunta.

Seu silêncio foi a confirmação que eu não queria. De alguma forma ele parecia carregar um peso derrotado nas costas. Me aproximei mais, deslizando a mão pelo seu abdômen. Riv enrijeceu, mas não me afastou. 

Aproveitei a oportunidade, passando uma perna de cada lado do corpo dele e me sentando em seu colo. Minhas mãos foram até seu cabelo, entrelaçando os dedos nas mechas desalinhadas. O cheiro de álcool atingiu minhas narinas, e eu esperei que ele erguesse o queixo, mesmo letárgico. 

— Por que não me disse que estava com eles? — murmurei, encostando a ponta do meu nariz em sua pele, tentando provocar alguma reação. — Pensei que estava no Doc.

My Nemesis - Dark RomanceOnde histórias criam vida. Descubra agora