13 - Catálise

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Q

uando o portão basculante do pavilhão se abriu e Riv entrou com a moto no galpão, todos já estavam lá, reunidos como se já nos esperassem. O barulho do motor chamou a atenção, e não demorou para eu sentir os olhares cortados e curiosos na nossa direção. 

Minhas pernas estavam trêmulas, como se mal suportassem meu peso depois de todo o esforço de me segurar na moto, e eu tive que me equilibrar um segundo antes de realmente tocar o chão. Os olhares ao redor não ajudavam. O silêncio carregava aquela sensação de julgamento, ou talvez fosse pura curiosidade. De qualquer forma, a dor nos meus braços e pernas me lembrava do quão firme eu tive que me segurar nele depois de ter saído daquele bairro. 

— E seu carro? — perguntou Jake, sendo o único que veio até mim, pegou o capacete da minha mão e deixou em cima da moto.

— Ela ainda estaria na metade do caminho — Riv respondeu por mim, sem mencionar o que realmente havia acontecido — Onde está a Blue?

— Aqui! — A voz de Blue ecoou quando ela entrou, fazendo-me encontrar também o olhar de Eazy, que me observava de canto com um sorrisinho de lado

Mamute estava saindo da cozinha com um pote de doce e uma colher na mão. Era como se todos estivessem esperando por Riv, e ele sabia disso.

Blue olhou ao redor, confirmando que todos estavam ali, exceto Rue, Doc e Max, provavelmente no bar.

— Aconteceu de novo — ela disse, colocando um dispositivo sobre a mesa central do galpão, conectando-o rapidamente a um laptop. A tela se acendeu, mostrando a porra de um sinal de GPS. — Outra localização — explicou Blue, os dedos voando sobre o teclado.

Riv se aproximou da mesa, sua presença imponente preenchendo o círculo que se formou em volta daquele notebook. Eu, ainda tentando recuperar o fôlego e ignorar a dor que pulsava pelo meu corpo, me forcei a dar um passo. As imagens daquele sangue empoçado ainda estavam na minha mente, mas empurrei o pensamento para longe, tentando focar no que estava acontecendo agora.

— É igual ao que nos levou ao Magnus e ao barco.

Segundos se passaram até Blue liberar um mapa via satélite na tela, um ponto marcado piscava.

— É no porto. Lado oeste, perto do cemitério de contêineres — disse Riv, analisando a tela com o olhar afiado. — Uma linha ferroviária passa por ele.

—  Também tem uma conversa. Mesmo padrão do livro. Não quer dizer nada. — Blue entregou um papel a ele. — A única que sabemos é que é uma negociação. Podem ser mulheres, crianças, armas.

Os murmúrios se espalharam, e o papel que Blue entregou passou de mão em mão, até chegar a Riv, que demorou mais tempo analisando, seus olhos fixos no papel. Quando finalmente passou  para mim, senti um arrepio subir pela espinha.

My Nemesis - Dark RomanceOnde histórias criam vida. Descubra agora