Kate Warren
Quando o portão basculante do pavilhão se abriu e Riv entrou com a moto no galpão, todos já estavam lá, reunidos como se já nos esperassem. O barulho do motor chamou a atenção, e não demorou para eu sentir os olhares cortados e curiosos na nossa direção.
Minhas pernas estavam trêmulas, como se mal suportassem meu peso depois de todo o esforço de me segurar na moto, e eu tive que me equilibrar um segundo antes de realmente tocar o chão. Os olhares ao redor não ajudavam. O silêncio carregava aquela sensação de julgamento, ou talvez fosse pura curiosidade. De qualquer forma, a dor nos meus braços e pernas me lembrava do quão firme eu tive que me segurar nele depois de ter saído daquele bairro.
— E seu carro? — perguntou Jake, sendo o único que veio até mim, pegou o capacete da minha mão e deixou em cima da moto.
— Ela ainda estaria na metade do caminho — Riv respondeu por mim, sem mencionar o que realmente havia acontecido — Onde está a Blue?
— Aqui! — A voz de Blue ecoou quando ela entrou, fazendo-me encontrar também o olhar de Eazy, que me observava de canto com um sorrisinho de lado
Mamute estava saindo da cozinha com um pote de doce e uma colher na mão. Era como se todos estivessem esperando por Riv, e ele sabia disso.
Blue olhou ao redor, confirmando que todos estavam ali, exceto Rue, Doc e Max, provavelmente no bar.
— Aconteceu de novo — ela disse, colocando um dispositivo sobre a mesa central do galpão, conectando-o rapidamente a um laptop. A tela se acendeu, mostrando a porra de um sinal de GPS. — Outra localização — explicou Blue, os dedos voando sobre o teclado.
Riv se aproximou da mesa, sua presença imponente preenchendo o círculo que se formou em volta daquele notebook. Eu, ainda tentando recuperar o fôlego e ignorar a dor que pulsava pelo meu corpo, me forcei a dar um passo. As imagens daquele sangue empoçado ainda estavam na minha mente, mas empurrei o pensamento para longe, tentando focar no que estava acontecendo agora.
— É igual ao que nos levou ao Magnus e ao barco.
Segundos se passaram até Blue liberar um mapa via satélite na tela, um ponto marcado piscava.
— É no porto. Lado oeste, perto do cemitério de contêineres — disse Riv, analisando a tela com o olhar afiado. — Uma linha ferroviária passa por ele.
— Também tem uma conversa. Mesmo padrão do livro. Não quer dizer nada. — Blue entregou um papel a ele. — A única que sabemos é que é uma negociação. Podem ser mulheres, crianças, armas.
Os murmúrios se espalharam, e o papel que Blue entregou passou de mão em mão, até chegar a Riv, que demorou mais tempo analisando, seus olhos fixos no papel. Quando finalmente passou para mim, senti um arrepio subir pela espinha.
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Puta merda!
— Não recebemos algo assim há meses — explicou Jake. — Blue pegou essa frequência há um tempo, parece que eles se comunicam com uma espécie de Cifra de Cézar, mas já tentamos de tudo. Não quer dizer nada.
Eu franzi a testa, processando o que meu irmão me disse.
— Eles quem? — perguntei, tentando soar inocente.
O olhar de Riv me perfurou.
— Traficantes. Saíram da deep web e utilizam outros meios de comunicação por satélite.
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My Nemesis - Dark Romance
RomanceDark Romance - Enemies to Lovers O mundo quer heróis, mas heróis morrem. Eu sou a exceção... sou quem sobrevive. Kate Warren se esconde sob uma nova identidade após uma prisão. Agora, ela vive uma vida dupla como hacker e balconista de um bar; o co...