Dark Romance - Enemies to Lovers
O mundo quer heróis, mas heróis morrem. Eu sou a exceção... sou quem sobrevive.
Kate Warren se esconde sob uma nova identidade após uma prisão. Agora, ela vive uma vida dupla como hacker e balconista de um bar; o co...
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— Nem fodendo! — murmurei, de frente para o espelho.
Eu estava com a porcaria de uma lingerie preta, esperando pelo momento em que Eazy fosse trazer o resto das roupas, mas ela só trouxe fivelas. Literalmente. Aquilo parecia mais um cinto de paraquedista que acabou no figurino de uma gravação de pornô BDSM.
— Tenta o shorts — disse Eazy, apontando para a pilha de roupas que Rue ajudava a escolher.
— Minha calcinha é maior que seus shorts — retruquei, olhando para o minúsculo pedaço de tecido. E eu estava usando a porra de um fio dental que mal cobria dois dedos na cintura.
— Eu passei um tempão no sex shop mais cafona de George West. O que você queria? Não tinha nada que prestasse. As mulheres daquele lugar nem devem ter fetiche. Era isso ou uma fantasia de empregada doméstica.
É por isso que Grace, a dona, tinha um trabalho extra como babá do meu irmão na nossa antiga casa.
— Tinha uma de coelhinha também — comentou Rue, dobrando as roupas em cima da cama de Eazy. — Ah, e aquela dupla face, de um lado babá, de outro enfermeira.
— Quanto tempo você ficou na sessão de fantasias? — Eazy franziu a testa.
— O mesmo tempo em que você ficou olhando aquela prateleira de vibradores.
— Ah, eu estava procurando um presente de aniversário para a Blue.
Eu pigarreei, lembrando as duas de que eu estava só de lingerie, congelando ali. Eazy cruzou os braços, os olhos claros se estreitando pensativa. Ela estava tentando descobrir um jeito de me convencer de que aquele emaranhado de cintos combinava comigo.
— Acho que eu tenho uma ideia —murmurou, com a cabeça praticamente enfiada no armário que estavam pedindo por socorro, e um cômodo extra só para suas roupas, as portas mal fechavam de tanto volume. — Me dê só um minuto.
Enquanto ela cavava a bagunça, eu cruzei os braços, tentando me cobrir mais um pouco. Não foi exatamente estranho quando elas viram as cicatrizes mais antigas, que cresceram comigo e hoje não passavam de linhas brancas e finas. Teria sido bem pior se, naquela noite, eu não estivesse usando uma jaqueta grossa que protegeu do arame farpado não fincar ainda mais fundo na minha pele.
Eu estava no meio pessoas que, de alguma forma, também tinhas suas marcas, então as marcas de queimadura na minha costela era só mais uma, e não precisava de uma história.
— O que você acha disso? — Rue perguntou, erguendo um vestido preto justo, que parecia feito para se moldar perfeitamente ao corpo.
Eazy lançou um olhar rápido por cima do ombro, ainda de joelhos no chão, remexendo nas profundezas do armário.
— Sua cara, por quê? Está pensando em sair hoje?
As bochechas de Rue ficaram vermelhas, mordendo o lábio antes de responder.
