27 - Sísmico

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Kate Warren


Riv é muito quente! 

A noite estava abafada e, em algum momento, eu havia chutado o lençol para longe, mas ele reagiu, enroscando a perna na minha e me prendendo de volta.

A ponta do seu nariz triscava minha testa, enquanto eu ainda estava com a cabeça deitada em seu braço. 

Era uma prisão confortável, confesso. Mas quente, muito quente. O braço dele estava ao redor da minha cintura, pesado e possessivo. Eu só precisava de um pouquinho de espaço, mas da última vez que tentei me mover a cama rangeu e o barulho... era irritante. Riv estava certo. Ferro sobre ferro.

Fora isso eu já me acostumava com o toque dele. Com a forma como o calor de sua pele parecia engolfar a minha. E, acima de tudo, me acostumei com o cheiro, aquele toque de sabonete masculino já havia se dissipado, agora eu sentia seu perfume natural. Único. Só dele. Aquilo me mantinha ali, presa, enquanto a garoa do lado de fora da janela me fazia pensar... Será que a noite ficou tão abafada ou o fogo ficou todo dentro de mim?

— Ei... — A voz dele me pegou de surpresa. 

— Hum? — murmurei, esperando com os olhos fechados, mas ele ficou quieto.

Então percebi que sua respiração estava ficando mais pesada, irregular. Me afastei um pouco, meus olhos tentando enxergá-lo na escuridão. Vi seu rosto contorcido, como se estivesse preso em outro lugar, em alguma agonia silenciosa. 

— Kate...

— O que foi? — Ele não respondeu, continuava lutando, os músculos do rosto tensos, e o desespero em sua expressão se refletia na respiração acelerada, quase em pânico.

— Ei!

— Riv? — chamei baixinho, sentindo o coração bater mais forte.

— Ei!

— Riv, acorde! 

Ele abriu os olhos de repente, como se tivesse sido arrancado de um pesadelo sem noção de espaço e tempo, a respiração ofegante, os olhos vasculhando a escuridão até se fixarem em mim.

— Kate? — Tentei não reconhecer que era medo em sua voz. Seus dedos encontraram meu rosto, e ele me segurou com tanta força. 

— Sim, sou eu. — Deixei que minha voz suave o trouxesse de volta. — Você estava sonhando.

Ele fechou os olhos, soltando um longo suspiro, como se aquele pesadelo ainda o estivesse devorando por dentro.

Então sua mão se enroscou na minha nuca, os dedos firmes me puxando, e sem que eu pudesse reagir, sua boca pressionou a minha. 

Senti meu corpo todo amolecendo. 

Uma faísca, só uma faísca, que foi suficiente para me incendiar por dentro, mas não um fogo que queima; um fogo que anestesia. Foram alguns segundos assim, apenas nos sentindo.

Até que seus lábios se moveram, buscando o meu tortuosamente lento, capturando e puxando.

Minha mente nem tentou me alertar. Ele derreteu meus pensamentos no momento em que separou nossas bocas com uma distancia miserável, e eu me vi buscando seus lábios sozinha.

Minha respiração ficou presa, enquanto sua língua deslizava suavemente contra a minha naquele primeiro contato, nos conectando em um lento desenrolar de desejo angustiante. 

Droga... o que eu estava fazendo?

Seus dedos se aprofundaram nos fios do meu cabelo, se fechando em minha nuca. Seu corpo foi se aproximando mais. Riv começou a guiar nossos movimentos, inclinando a cabeça de leve para explorar cada canto da minha boca. Sua língua deslizou devagar, provocando a minha, um movimento suave, lento, mas profundo, que me arrancou um suspiro que eu nem sabia estar segurando, e o beijo, que parecia uma troca de carícia, foi ficando cada vez mais forte

My Nemesis - Dark RomanceOnde histórias criam vida. Descubra agora