Dark Romance - Enemies to Lovers
O mundo quer heróis, mas heróis morrem. Eu sou a exceção... sou quem sobrevive.
Kate Warren se esconde sob uma nova identidade após uma prisão. Agora, ela vive uma vida dupla como hacker e balconista de um bar; o co...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
— Kate, espera! — A voz do meu irmão ecoou atrás de mim, enquanto eu abria a porta do carro ainda estacionado de frente para a igreja.
Me virei parcialmente, mas não disse nada. Meus olhos o atravessaram antes de eu me virar novamente e bater a porta com força.
Segurei o volante, fixando meus olhos em Mamute que estava se aproximando. Acho que nem Jake era tão decepcionante quanto ele deixar que eu fosse encurralada como um bicho.
Eu confiava neles. Nos dois. Confiei mesmo.
Fui estúpida.
Jake ainda era um marginal que pendia para o lado mais vantajoso. E Mamute só era alguém que me seguraria para Riv enfiar uma aliança no meu dedo por lealdade ou qualquer coisa que fosse.
Girei a chave no volante e pisei fundo para dar ré. A dor na minha perna era um mero detalhe, um incômodo insignificante comparado ao que eu estava sentindo. Era um tipo de dor que eu conhecia bem, tão familiar que quase parecia uma velha amiga. Traída. Usada. E todas as outras merdas que eu já estava acostumada a engolir.
Nesse exato momento, Mamute e Jake não eram nada diferentes dos outros filhos da puta que já botaram etiqueta no meu corpo. A única diferença é que eles disfarçam suas intenções com palavras bonitas e a merda da justificativa de que "estavam fazendo isso por mim", como se eu fosse imbecil o suficiente para não saber como sair disso sozinha.
E o mais foda era saber que eu podia ficar com raiva deles, mas a culpa realmente era toda minha.
Deixei que me usassem. Que colocassem um preço no meu corpo, injetassem coisas em mim, me moldassem. Me reduzi para ser invisível, me dobrei para não ser maior que eles, me calei para esconder que sabia muito. Me transformei exatamente no que precisavam, só para conseguir o que eu queria.
E funcionou.
Fiz todos eles acreditarem que Kate Warren era uma garotinha indefesa, arrastada para esse inferno contra a própria vontade. De novo, porra. De novo.
— Burra! — Minha voz explodiu dentro do carro enquanto meu punho acertava o volante. Lágrimas quentes e pesadas caíam, não de tristeza, mas da mais pura raiva.
Riv é irmão do Declan.
Isso talvez tenha me salvado. Ele podia ter me matado assim que descobriu quem era meu pai. Mas, ah, isso não vai salvá-lo.
Porque a garotinha indefesa cresceu, Riv. Lobos de inverno não são domesticados. E jamais devem ser encurralados.
Parei no posto e deixei o carro abastecendo. Não tinha um tostão no bolso, mas naquela noite, eu me permitiria ser Arya. De corpo, alma e sangue. Com todas as minhas cicatrizes das quais eu me orgulhava tanto antes de ter minha mente envenenada. E com um bom uso de todos os meus traços abençoados por uma ninfeta sociopata.
