Lágrimas de Sangue (1° Temporada Concluída)

Corajosa ou tola?

Gael atravessava as vastas e intricadas sombras do submundo, movendo-se com uma leveza majestosa, como uma figura de poder que sabia exatamente o que deveria fazer. Chegando à sala onde Olenna aguardava, Gael, agora com sua forma feminina totalmente revelada e adornada com sua coroa de Rainha, trazia consigo uma presença de puro magnetismo e respeito. Ela se movia como se cada passo estivesse em perfeita sintonia com o próprio tecido do universo infernal. A coroa em sua cabeça, feita de metal escuro, reluzia com um brilho próprio, um símbolo de sua ascensão e domínio.

Quando Gael entregou a mensagem para Olenna, o olhar dela se encheu de apreensão. Ela sabia o que estava por vir. Aquelas palavras carregavam o peso de decisões inevitáveis. A princípio, a expressão de Olenna ficou séria, uma sombra de tristeza passando por seus olhos ao ouvir a mensagem. Traição... seria realmente necessário? Como poderia ela, alguém tão devota a Dante, trair seu mestre e se aliar a Baal, um dos seres mais poderosos e traiçoeiros do Inferno? A ideia era esmagadora.

Porém, conforme as palavras de Dante ressoavam em sua mente, algo começou a mudar dentro dela. Olenna sabia que seu mestre, apesar de tudo, sempre agia com sabedoria, mesmo que suas ordens parecessem desconcertantes à primeira vista. Havia uma razão por trás de tudo, uma estratégia maior. Ele não estava apenas pedindo que ela o traísse; estava oferecendo uma oportunidade para que Olenna desempenhasse um papel vital em algo maior do que ela poderia entender naquele momento.

Com esse pensamento, a tristeza em seu coração começou a dissipar-se lentamente, mas ainda continuava inquieta. Seu mestre queria o melhor para ela. Ele sabia o que fazia, mesmo que, temporariamente, isso significasse ela ir para o lado de Baal. E assim, Olenna aceitou sua missão. Ela ergueu os olhos para Gael, que, com sua presença régia e altiva, parecia encarnar a própria força da realeza infernal.

As duas, Olenna e Gael, seguiram então em direção ao trono de Baal, o grande e temido rei do inferno. A caminhada foi longa e silenciosa, o ambiente em volta delas era repleto de sombras e ecos distantes de almas condenadas, um reflexo sombrio do próprio inferno. Cada passo de Gael fazia sua coroa brilhar com mais intensidade, um símbolo incontestável de seu poder e posição. Ao lado dela, Olenna caminhava com passos hesitantes, carregando uma inquietude palpável em seu coração. Aquele recado que Gael a entregou seria o início de uma nova fase, algo que, mesmo sabendo que era necessário, ainda a perturbava. Mas mesmo assim, Olenna estava preparada para desempenhar seu papel com perfeição.

Ao chegarem à sala imponente onde Baal se encontrava, o ar ficou denso e pesado, carregado com a pura essência de poder. O trono de Baal dominava o centro da sala, e o próprio Baal, um ser de poder ancestral, observava as duas com olhos cheios de malícia e astúcia. Sua presença era sufocante, como se o próprio ar ao redor fosse um lembrete de seu domínio incontestável.

Olenna foi a primeira a se ajoelhar diante de Baal, sua cabeça baixa em sinal de submissão, enquanto seu coração batia rápido. Ela sabia que estava cumprindo as ordens de Dante, mas estar naquela sala, na presença de um ser como Baal, era suficiente para que até mesmo o mais destemido dos demônios tremesse.

Gael, por outro lado, não hesitou. Sua coroa reluzia ainda mais enquanto ela caminhava com graça até a frente de Baal. Seu vestido escuro e ondulante realçava sua figura imponente. Quando ela se postou na frente dele, a sala pareceu silenciar completamente, como se até mesmo o próprio Inferno esperasse em expectativa pelo que viria a seguir.

Com um olhar firme e destemido, Gael manteve-se de pé, irradiando poder. Sua postura refletia a autoridade que agora possuía como Rainha, alguém que poderia andar entre os demônios mais poderosos e não vacilar. Seu olhar encontrou o de Baal brevemente, e ali houve um entendimento silencioso. Mesmo diante de um dos seres mais poderosos do Inferno, Gael era, naquele momento, uma força a ser respeitada.