Vingança II

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Caio, depois de muito esforço e enfrentando ondas de inimigos, finalmente conseguiu entrar na mansão. Lá dentro, o ar estava pesado, carregado com o cheiro de enxofre e a presença esmagadora dos demônios que dominavam o lugar. O chão estava coberto de símbolos demoníacos, e os ecos de passos ressoavam nas paredes sombrias.

A mansão, outrora luxuosa, agora era um cenário de possessões e destruição. Vários humanos estavam em possessão, seus corpos distorcidos por demônios menores que os habitavam, tornando-os seres grotescos e deformados, prontos para atacar. Mas o verdadeiro desafio esperava mais à frente. Os tios de Caio, Roberto e Marcela, aguardavam sua chegada, preparados para confrontá-lo.

Ao entrar na mansão, Caio foi imediatamente atingido por uma mistura esmagadora de tristeza e fúria. Cada passo que ele dava revelava o que um dia fora seu lar — agora apenas uma sombra corrompida de seu antigo esplendor. O lugar onde crescera, onde tinha memórias com sua família, estava devastado, tomado por símbolos demoníacos, escuridão e morte.

Ele retirou sua máscara e a jogou no chão e então olhou ao redor e respirou fundo, vendo tudo que havia sido destruído pelos próprios membros de sua família. Seu coração se apertou ao perceber que não apenas seus tios haviam traído sua confiança, mas também haviam corrompido o lugar que um dia ele chamou de lar. As memórias de tempos felizes, os momentos de paz e risadas, tudo parecia agora distante e inalcançável, enterrado sob a ruína causada pelos demônios.

A tristeza foi rapidamente substituída por uma fúria ardente. Sua mandíbula se apertou, e seus punhos cerraram ao ponto de seus dedos só não cravarem em sua própria carne por conta da luva que usava. Seus olhos faiscavam com uma intensidade assassina. O que restava de sua família havia se tornado o maior símbolo de sua destruição. Eles não só o traíram, entregando-se aos demônios, mas também destruíram tudo aquilo que ele mais amava.

A casa, que antes era um símbolo de proteção e segurança, agora era um cenário de horror e destruição, um reflexo da escuridão que seus tios haviam trazido para suas vidas. Caio sabia que a batalha que enfrentaria não seria apenas para se proteger, ou para derrotar os demônios que se apossaram de seus tios. Era uma batalha pelo seu próprio lar, pela última fagulha de esperança que ainda restava em seu coração. Ele estava determinado a recuperar tudo o que foi tirado dele, mesmo que por pouco tempo antes de ir pro inferno, nem que para isso tivesse que destruir completamente o que sobrou de sua família.

O peso da destruição o fez respirar fundo, canalizando toda a sua dor e raiva em um único objetivo: acabar com os traidores que haviam manchado a história de sua família e manchado o solo sagrado de seu lar. Seus olhos endureceram enquanto observava o caos ao seu redor. Era hora de trazer justiça a tudo aquilo que foi destruído, e ele não teria misericórdia. A mansão já não era mais um lar, era um campo de batalha, e Caio estava pronto para derramar o sangue daqueles que tinham corrompido sua vida.

Marcela estava no centro do salão na forma imponente de seu demônio. O ser em que ela se transformou era gigantesco, com uma armadura negra de escamas, cada escama brilhando à luz tênue, refletindo a corrupção e o poder que ela agora comandava. As escamas pareciam vivas, ondulando e emitindo um leve som metálico enquanto o corpo demoníaco se mexia. Suas costas arqueadas sustentavam duas grandes espadas negras, cada uma maior que um homem. As espadas tinham entalhes demoníacos, brilhando com uma energia sombria e pulsante, prontas para cortar qualquer coisa que entrasse em seu caminho.

O demônio de Marcela tinha chifres retorcidos, que se erguiam para o céu, e seus olhos brilhavam em um tom vermelho intenso, como brasas ardentes. Abaixo dos olhos, um sorriso cruel e distorcido se formou em seus lábios rachados e monstruosos. O poder que emanava dela era sufocante, e a sala parecia tremer com sua presença.

Lágrimas de Sangue (1° Temporada Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora