Vingança III

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Ao ver Dante em sua verdadeira forma, imponente e inabalável, Oz — ou melhor, Ose — não pôde deixar de sentir uma onda de surpresa correr por seu corpo. Aquela presença marcante, cheia de poder e brutalidade, trouxe lembranças da época em que ele lutara ao lado de Baal durante a Segunda Guerra no Inferno. Ose tinha enfrentado inúmeros inimigos, mas nunca se esquecera de Dante, o demônio que havia causado tanto alvoroço nas profundezas. E agora, diante de seus olhos, estava ele novamente, o ser que Baal tanto desejava ter sob seu controle. **Alis**, o humano ligado a Dante, finalmente se revelava. Isso confirmava o que Baal tanto suspeitava e ansiava: Dante estava ali por Caio.

Porém, Ose manteve sua revelação para si mesmo, não se dando ao trabalho de compartilhar o que sabia com Marcela. Ele sempre fora um demônio astuto, e a perspectiva de se livrar de Caio naquele instante, e assim ganhar a recompensa prometida por Baal, era tentadora demais para ser ignorada. Para Ose, Caio não passava de um peão, um obstáculo no caminho para algo muito maior. Se ele conseguisse eliminá-lo ali e agora, seu prestígio cresceria exponencialmente e, quem sabe, Baal finalmente o recompensaria com o poder que tanto buscava.

Ose, um dos príncipes do Inferno, sempre tivera suas próprias ambições. Embora estivesse aliado a Baal, ele jamais deixaria de perseguir seus próprios objetivos. Desde sua ascensão como príncipe, ele soubera jogar o jogo do poder no Inferno com maestria. E agora, com Marcela, Roberto e outros à sua disposição, ele estava decidido a usar qualquer um que fosse necessário para alcançar sua meta. O humano Caio seria apenas um degrau para algo muito maior. Ose acreditava, com arrogância calculada, que poderia vencer Dante. Sim, ele conhecia bem as capacidades de Dante — já o vira lutar contra Baal. A batalha foi devastadora, mas Ose, com seu orgulho de príncipe, pensou que poderia manipular as circunstâncias a seu favor. Afinal, não era ele também uma das entidades mais poderosas do Inferno?

Dante, por outro lado, reconheceu Ose imediatamente. Embora suas lembranças sobre aquele príncipe fossem distantes, ele sabia o suficiente para não subestimá-lo. Ose sempre fora um ser ardiloso, movido por seus próprios desejos de poder e domínio. E agora, ao ver a expressão de surpresa nos olhos de Ose, Dante sabia que ele também havia sido reconhecido.

Ose, com seus olhos brilhando em uma mistura de ganância e desafio, permaneceu imóvel por um breve momento, estudando Dante. Ele calculava cada movimento, cada palavra dita e não dita. Ele não comentaria com Marcela o verdadeiro significado da presença de Dante ali. Não, ela não precisava saber. Para Ose, Marcela era apenas uma ferramenta, assim como os outros. E quanto menos soubesse, mais útil ela seria em seu plano. Se pudesse usar a humana em sua forma possuída para distrair ou enfraquecer Caio, ele teria a chance que tanto almejava.

No entanto, apesar de toda sua confiança, Dante estava ciente de que Ose não seria um adversário fácil, mas também não acreditava que seria derrotado. O poder que fluía por Dante agora era incomensurável. Ele não era o mesmo demônio que lutou na Segunda Guerra Infernal. Muito havia mudado desde então. Mesmo que ele ainda não estava em seu verdadeiro potencial, ele ficaria mais poderoso se usasse a possessão.

E, naquele momento, Ose, em sua sede de poder, subestimou Dante. Ose pensava que poderia derrotá-lo, mas Dante sabia algo que Ose não compreendia completamente: ele era muito mais do que um simples demônio. Ele era Dante, o demônio da morte, o ser que já fora chamado de "Executor do Rei Demônio" e "Cão de Satã" entre tantos outros nomes, um ser forjado pelo ódio e pela vingança. Agora, com Caio ao seu lado, aquele príncipe do Inferno, por mais que tentasse, não seria capaz de deter o que estava por vir.

Roberto, ao ver Caio finalmente diante dele, precisava provocar Caio e tentar aliciar seu próprio demônio a o trair. Assim, ele finalmente decidiu falar.

Roberto: Alis... não te vejo há tantos anos... você tem o corpo e olhos do seu pai, e rosto e cabelo de sua mãe...

Marcela: oohh realmente ele está a cara daquela vadia desprezível *rir*

Lágrimas de Sangue (1° Temporada Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora