Amor ou Moral

Capítulo 14

Capítulo catorze: Reflexão e Reencontro
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Narrador personagem: Gabriel Duarte (GD)
~ Complexo do Alemão, segunda-feira, 17:40

Ana Luiza ficou parada na porta, com um sorriso sarcástico que me deixou ainda mais irritado. Eu já sabia que aquela conversa não ia acabar bem, mas, por algum motivo, não conseguia desviar o olhar dela. O jeito como ela se comportava sempre me deixava em alerta, como se estivesse prestes a soltar uma bomba.

GD: E o que você quer que eu faça? - Perguntei, tentando manter a pose de desinteressado.

Ana Luiza: Eu só estou te avisando. Verena não é só mais uma pessoa na sua vida. Ela é... diferente. - A voz dela tinha um tom sério agora, e eu comecei a sentir um frio na barriga.

GD: Diferente como? - A curiosidade me pegou de surpresa. Não era como se eu tivesse alguma ligação forte com Verena, mas havia algo nela que me atraía.

Ana Luiza: Ela realmente se importa com você, seu idiota. Não trata todo mundo como se fosse descartável. - O olhar dela era penetrante, e eu sabia que ela estava falando a verdade.

GD: Você andou conversando o quê com ela? - Perguntei curioso.

Ana Luiza: Conversas íntimas.

GD: E quem disse que eu trato todo mundo assim? - Tentei me defender, mas a frustração na minha voz entregava o quanto aquelas palavras me incomodavam.

Ana Luiza deu um passo à frente, cruzando os braços.

Ana Luiza: Olha, eu sei que você tem suas razões para agir assim. Mas se continuar nessa de ignorar as pessoas que realmente se importam com você, vai acabar sozinho.

GD: E por que a Hillary se importaria comigo? Que papo de tilte é esse?

Ana Luiza: Não fala pra ela que eu te falei isso, mas ela disse que em alguns momentos... - Ela percebeu que estava falando demais e parou.

GD: CONTINUA, VAI! - Mirei a arma pra ela, mas ela mais por curiosidade mesmo.

Ana Luiza: Ela disse que em alguns momentos ela pensava ja na hipótese dela não ser sua filha, e que quando ela pensava isso quando estava com você, ela não te olhava do mesmo jeito que você olhava pra ela. - Fiz cara de espanto.

GD: E como é que eu olhava?

Ana Luiza: E eu vou saber... Como você olhava pra ela?

GD: Como se isso importasse pra alguém. - Tentei desviar o assunto, mas Ana Luiza não estava disposta a deixar isso passar.

Ana Luiza: Importa pra mim! Eu sou sua amiga e estou aqui pra te ajudar, mesmo que você não peça. - Ela respirou fundo e continuou: - Você também olhou pra ela com outros olhos?

GD: Era assim que ela me olhava? ESSA GAROTA É MALUCA? EU PODERIA SER PAI DELA! - Comecei a soar frio.

Ana Luiza: Você é "novo". - Fez aspas com a mão, o que me tirou um espanto. - E novo. - Verena está vindo para o Rio e você precisa decidir o que fazer.

Meu coração disparou novamente ao ouvir o nome dela. Era como se uma tempestade estivesse se formando dentro de mim.

GD: Se eu não sou o pai, o que eu tenho pra falar com ela?

Ana Luiza: Ela disse que você saiu igual um doido da clínica.

GD: Tá, e era pra eu fazer o quê? Eu só estava lá pra saber se eu era o pai, apenas isso.

Ana Luiza: Você fez isso com ela.

GD: Eu?

Ana Luiza: Ela não quer te dar, relaxa. Ela só está querendo saber mais do pai dela.

GD: E se eu não quiser fazer nada? - Fingi indiferença enquanto minha mente corria em mil direções.

Ana Luiza: Então você vai continuar sendo um babaca e perdendo pessoas que poderiam fazer diferença na sua vida. Pense bem.

Ela saiu da sala com um estalo da porta, deixando-me sozinho com meus pensamentos confusos. O eco das suas palavras parecia ressoar nas paredes ao meu redor.

Verena estava vindo para o Rio? A ideia me assombrou e despertou uma mistura de medo e expectativa que eu não sabia como lidar. Olhei pela janela enquanto o sol começava a se pôr, tingindo o céu com tons de laranja e rosa, refletindo a confusão dentro de mim.

Era hora de decidir quem eu realmente queria ser e quais pessoas mereciam espaço na minha vida.

Tá confuso pra vocês ou estão entendendo perfeitamente? Algumas coisas não estão tão explícita, se eu for muito direta, acaba perdendo a graça de querer ler os próximos capítulos, mas vocês que mandam.