Capítulo 13

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Capítulo treze: Confusão
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Narrador personagem: Gabriel Duarte (GD)
~ Complexo do Alemão, quinta-feira, 08:20.

A brisa do Rio de Janeiro me envolvia enquanto eu caminhava pelas ruas, mas a sensação de liberdade não era tão plena quanto eu esperava. Desde que voltei, tudo parecia um pouco diferente, como se a cidade tivesse mudado enquanto eu estava longe. E, por mais que tentasse me distrair com a vida ao meu redor, minha mente sempre voltava para Verena.

Os momentos que vivemos juntos dançavam na minha memória, como sombras de um passado que agora parecia distante. Eu lembrava do jeito que ela sorria quando falávamos sobre nossos sonhos, das risadas compartilhadas nas tardes ensolaradas e até mesmo dos silêncios confortáveis que trocávamos. Mas agora, tudo isso parecia embaçado, como uma foto antiga que perdeu a cor.

Eu parei em frente a um barzinho que costumava beber. Ana Luiza apareceu do nada, interrompendo meus devaneios. Com seu jeito direto e sem rodeios, ela sempre sabia quando eu estava perdido em meus pensamentos.

Eu e Ana Luiza já fomos por um tempo bem próximos, mas depois que a prima dela começou a encostar aqui, eu sabia que não podia ter mais a mesma confiança.

Ana Luiza: Oi, GD! Você parece um fantasma. - Ela sorriu, mas havia uma preocupação no fundo dos seus olhos.

GD: Só pensando na vida... - Respondi evasivo.

Ana Luiza: Pensando em Verena? - Ela não perdeu tempo. - Sua irmã me contou tudo, e Verena também.

Eu respirei fundo. Não adiantava tentar esconder.

GD: Às vezes. Mas não sei se faz sentido ficar preso no que poderia ter acontecendo.

Ana Luiza: Faz todo o sentido! Você precisa entender o que aconteceu entre vocês. E ela também precisa saber como você se sente agora.

Gd: Como eu me sinto? Não sei nem se sei mais quem eu sou depois de tudo isso. - O peso da confusão começou a se tornar insuportável.

Ana Luiza: Olha, Verena está querendo muito conversar com você. - As palavras dela caíram como uma bomba no ar entre nós.

GD: Conversar? Para quê? - Tentei manter a calma, mas meu coração acelerou.

Ana Luiza: Para esclarecer as coisas! Para vocês dois entenderem o que realmente aconteceu e o que ainda pode acontecer. Não é justo deixar tudo assim no ar.

Eu hesitei. A ideia de conversar com Verena me deixava nervoso e animado ao mesmo tempo. Parte de mim queria correr para ela e resolver tudo; outra parte queria simplesmente esquecer e seguir em frente.

GD: E se eu não quiser? E se for melhor assim? - Minha voz tremia ligeiramente.

Ana Luiza: Você não vai saber até tentar! Não seja babaca como da última vez. - Ela cruzou os braços e me encarou com intensidade.

Era difícil opor resistência à determinação dela. Ana Luiza sempre foi aquela amiga que não deixava você escapar da verdade por muito tempo.

GD: Tá bom... Vou pensar sobre isso.

Ela sorriu satisfeita com minha resposta e começou a andar na direção da cerveja.

Ana Luiza: Pensa rápido! Ela vai chegar na cidade em breve.

Enquanto a observava se afastar, percebi que talvez fosse hora de enfrentar meus sentimentos de frente.

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