Capítulo 31

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Capítulo trinta e um: Em Quem Podemos Confiar?
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Narrador personagem: Breno
~ Complexo do Alemão, quarta-feira, 21:00

Cheguei na salinha e GD estava conversando pai.

Nikeboy: O que você tá fazendo aqui, Breno?

GD: Eu que chamei ele.

Nikeboy: Pra quê?

GD: Pra ele me ajudar com um negócio. - Pai me olhou desconfiado. - Pode ficar tranquilo, Nike.

Nikeboy: Nicole tá sabendo disso?

GD: Acho que você sempre esquece que você foi quem criou o Breno, mas quem é o pai dele sou eu.

Nikeboy: Vamos embora, Breno. - Neguei. - VAMOS AGORA!

Breno: Vai na frente, eu vou logo atrás.

Eu sentia o peso do silêncio na sala. O clima estava tenso, e as sombras dançavam nas paredes, projetadas pelas luzes fracas que iluminavam o Complexo do Alemão. O olhar de GD, firme e penetrante, atraía sua atenção.

GD: Como tá a Verena? — perguntou, quebrando o silêncio.

Breno: Ela disse que bem — respondi, tentando manter a voz neutra.

GD arqueou uma sobrancelha.

GD: Soube que vocês estão bem próximos. - Senti um frio na barriga.

Breno: Pois é... — balbuciei, sem saber se deveria se abrir com GD.

GD: Desde quando? — insistiu, seu tom de voz mais sério agora.

Breno: Por que tá tão interessado? — perguntei, cruzando os braços defensivamente. GD não gostava dessa pressão.

GD: Porque até pouco dias antes dela viajar, você odiava a garota por ter te dedurado.

Desviei o olhar, lembrando da raiva que sentir ao ver que Verena havia contado o que eu fiz com ela para GD. Mas agora as coisas eram diferentes; ela realmente havia se tornado alguém importante pra mim.

Breno: Ela estava me ajudando com os estudos — afirmei, tentando justificar a mudança da minha atitude.

GD inclinou-se para frente, seus olhos fixos em mim.

GD: Eu quero que você fique de olho nela.

Eu franzi a testa.

Breno: Pra quê? — Eu precisava entender o porquê daquela ordem.

GD: Para de fazer perguntas — respondeu com um tom autoritário.

Não me deixei intimidar facilmente.

Breno: Não até você me falar porque tanto interesse. Você gosta dela?

A pergunta pairou no ar como uma bomba prestes a explodir. GD riu sarcasticamente.

GD: Não, só quero saber quem matou os avós dela.

O meu coração disparou.

Breno: E porque você tá interessado em saber quem matou? Por acaso você suspeita de alguém que possa ser o assassino?

GD estalou os dedos impacientemente.

GD: Para de fazer perguntas! Agora cai fora daqui!

Eu hesitou por um momento, mas o tom de GD era claro. Me levantei lentamente, mas antes que pudesse sair...

GD: Antes de ir... — GD me chamou, me fazendo parar abruptamente e olhar fixamente para ele.

O ambiente parecia ter congelado enquanto GD tirava uma arma da gaveta e a colocava em cima da mesa entre eles. O metal brilhava sob a luz fraca da sala e eu senti um arrepio percorrer minha espinha.

GD: Tenho um serviço pra você — disse, com uma expressão séria que não deixava espaço para dúvidas sobre a gravidade da situação.

Engoli em seco enquanto olhava para a arma. A adrenalina pulsava em minhas veias; eu estava prestes a ser puxado para um mundo do qual não tinha certeza se queria fazer parte.

Breno: Que tipo de serviço? — perguntei cautelosamente, sabendo que meu destino agora estava nas mãos de GD.

GD se recostou na cadeira, cruzando os braços enquanto me observava com um sorriso enigmático nos lábios.

GD: Recebi informações que tem um estuprador no morro. O vagabundo estuprava a própria filha. Quero que vá até a casa dele e apague esse filho da puta. Vai ser rápido, você só vai entrar e disparar os tiros. — disse ele finalmente.

A tensão aumentou ainda mais quando percebi que cada palavra era carregada de significado e perigo.

Breno: Por que eu? - indaguei, tentando manter a calma apesar do turbilhão de pensamentos na cabeça.

GD fez uma pausa deliberada antes de responder.

GD: Você não quer entrar no crime? Então. Sem contar que não tem como você proteger a sua namoradinha se você não tem coragem de matar o assassino. - Falou como se estivesse me chantageando.

Breno: E se eu não quiser fazer isso? — questionei ele desafiadoramente.

GD inclinou-se para frente novamente e seu olhar se tornou ameaçador.

GD: Você não tem escolha, Breno. Se você quer proteger a Verena e virar oficialmente um vapor... você vai fazer isso!

A determinação nas palavras de GD deixou claro que ele não estava brincando. A sala ficou em silêncio novamente enquanto eu ponderava suas opções. Eu sabia que tinha uma decisão difícil pela frente: seguir as ordens de GD ou seguir sendo um moleque frouxo que ninguém bota fé?

Com um suspiro resignado, eu finalmente assentiu:

Breno: Tudo bem... eu faço isso.

GD sorriu satisfeito enquanto empurrava a arma em direção a mim.

GD: Então vai lá...

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