Capítulo quinze: Sangue do Meu Sangue.
_____________________________Narrador personagem: Larissa Duarte
~ Complexo do Alemão, terça-feira, 15:20.A casa estava em um misto de expectativa e nervosismo. Eu mal conseguia acreditar que estava prestes a encontrar Verena, a mulher que sempre foi uma parte importante da minha vida, mas que agora carregava um novo significado: ela era minha irmã. As palavras de Ana Luiza ainda ecoavam na minha mente, como um mantra: "Você tem uma irmã, meu Deus!"
Meu coração batia descompassado enquanto eu tentava processar tudo isso. A ideia de ter uma irmã era algo que eu nunca havia imaginado. Sempre fui sozinha de certa forma. Mesmo tendo o Gabriel, não é a mesma coisa, e agora, de repente, havia alguém que compartilhava meu sangue, minhas raízes. A ansiedade crescia a cada segundo.
Levantei da sala e fui até a cozinha em busca de um copo d'água, tentando me acalmar. Mas, assim que peguei o copo e enchi com água fresca, ouvi a voz escandalosa da Ana Luiza ecoando pela casa. Um turbilhão de emoções tomou conta de mim. Sem pensar duas vezes, larguei o copo na pia — a água transbordou, mas eu não me importei — e corri em direção à sala.
Quando entrei, tudo parecia ter desacelerado ao meu redor. A cena diante de mim era surreal. Verena estava lá, mas não era a Verena que eu conhecia. Era como se uma nova camada tivesse sido adicionada à sua essência; agora ela era minha irmã. A forma como ela se movia, o jeito que seus olhos brilhavam com uma mistura de alegria e nervosismo — tudo isso me fez sentir que havia algo mais profundo entre nós.
Ela estava cercada por Ana Luiza e alguns amigos nossos, todos sorrindo e conversando animadamente. O riso ressoava na sala, mas eu estava paralisada. O que eu deveria fazer? Como deveria me comportar? A presença dela despertava uma mistura de emoções que eu não conseguia nomear.
Verena olhou em minha direção e nossos olhares se cruzaram. O mundo ao nosso redor desapareceu por um momento; tudo o que restava era nós duas. O sorriso dela era familiar, mas havia algo novo nele — um brilho especial que falava sobre irmandade.
Ana Luiza percebeu meu silêncio e deu um passo à frente.
Ana Luiza: Se a Verena é sua irmã e eu sou prima dela, então somos da mesma família? - Zoou. - Não vão falar nada? - Ela gesticulou animadamente para mim.
As palavras dela ecoaram na sala como um anúncio grandioso. Meu coração acelerou ainda mais enquanto eu tentava absorver a realidade daquela afirmação.
Verena se aproximou lentamente, como se estivesse tão assustada quanto eu. Quando finalmente chegamos perto o suficiente para nos tocar, algo dentro de mim se rompeu. Uma onda de emoção tomou conta de mim e antes que pudesse pensar duas vezes, envolvi Verena em um abraço apertado.
Verena hesitou por um segundo antes de retribuir o abraço com força total. Ali estava ela e naquele momento tudo parecia certo no mundo.
Eu estava inquieta, meus olhos fixos em Verena.
Larissa: Como você tá? — Eu havia perguntado a Verena momentos antes, mas agora sua resposta parecia distante e irrelevante. O que importava era o estado da minha irmã.
Foi questão de segundos e Verena estava no chão desacordada.
Larissa: O que aconteceu com ela?
Ana Luiza: Não sei, ela tava bem até agora. — A voz dela tremia um pouco, como se a insegurança estivesse se infiltrando em suas palavras.
Nino, que estava ao fundo, também parecia preocupado. Ele balançou a cabeça em sinal de desapontamento, incapaz de entender como a situação havia se agravado tão rapidamente.
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Amor ou Moral
Fiksi PenggemarSinopse: Ao se apaixonar por GD, chefe do Complexo do Alemã, Hillary se vê em um dilema: seguir o caminho seguro e previsível que sua família planejou para ela ou arriscar tudo por um amor que a faz sentir viva. Enquanto os sentimentos intensos de H...