Capítulo quarenta e cinco
_____________________________Narrador personagem: Gabriel Duarte (GD)
~ Rio de Janeiro, segunda-feira,09:30.Cheguei no galpão abandonado no horário marcado, as sombras das paredes frias pareciam assistir o que aconteceria ali. Soares estava de pé, inquieto, olhando para os lados como quem já espera o pior. Ao me ver, deu um passo atrás, mas manteve a postura.
Soares: Tava quase indo embora. - Disse, com um tom de voz que misturava impaciência e nervosismo.
GD: Pra onde você iria, Soares? - Sorri, irônico, indicando a cadeira à frente. - Senta aí.
Ele hesitou, mas, depois de uma troca rápida de olhares com o Mala, acabou se sentando, desconfortável. Sua perna balançava, denunciando sua tensão.
Soares: Ela tá desconfiada, GD. Verena tá perguntando coisas demais, agindo estranho. Acordou cedo hoje, e a Verena nunca faz isso.
GD: Não é surpresa. - Respirei fundo, estudando sua reação. - E, se continuar assim, ela vai descobrir que você tá tramando algo pelas costas dela, Soares. Não queremos isso, certo?
Soares: E o que você quer que eu faça?
GD: Leve ela pra Búzios. Lá tem gente que vai saber como cuidar dela, fazer ela entender o que precisa.
Soares: E o que você pretende fazer com ela?
GD: O que eu faço ou deixo de fazer com ela não é da sua conta. - Sinalizei para o Mala, que puxou do bolso uma foto da família de Soares e a colocou bem na frente dele.
Soares olhou a imagem, o rosto se fechando, o maxilar travado. Ele sabia o que aquilo significava.
GD: Eu te trouxe até aqui pra lembrar de uma coisa, Soares. Você quer sua família segura, certo? Eu também quero a Verena segura.
Soares: O que ela viu em você, hein? Só pode ter sido manipulação da sua parte.
GD: E o que ela falou? - Questionei, provocativo, notando como ele se afundava cada vez mais na raiva.
Soares: Eu vou fazer o que você manda, mas só se me garantir que minha família vai ficar bem e que você não vai acabar comigo no final.
Sorri, uma sombra de satisfação no rosto.
GD: Não me parece que você está em posição de negociar.
Soares: Então tenta, GD... tenta alguma coisa contra ela e vê o que eu faço.
Dei um leve sinal com a cabeça para o Mala, que entendeu na hora. Ele se aproximou e desferiu um soco certeiro em Soares, bem no lado das costelas, num lugar onde não ficaria visível para Verena.
Soares ainda tentava se recompor, o rosto contorcido de dor, enquanto se segurava na cadeira, respirando com dificuldade. O silêncio do galpão agora era pesado, só quebrado pelo som de sua respiração forçada.
GD: Então, Soares, espero que isso refresque a sua memória sobre quem tá no comando aqui. Não é você. - Cruzei os braços, me aproximando dele. - Só faz o que eu mandei, leva a Verena pra Búzios. Não quero mais discussões sobre isso.
Soares: (ofegante) Eu... vou fazer, mas só porque eu não tenho escolha. - Ele levantou a cabeça, tentando me encarar com os olhos cheios de ódio, mas sem forças pra reagir. - Mas me escuta, GD, um dia você vai se arrepender disso.
GD: Engraçado. Você ainda acha que tá falando com algum amigo aqui? - Me aproximei mais, até ficar a poucos centímetros do rosto dele. - Se eu sou você, começo a pensar só em sobreviver, entendeu?
Soares desviou o olhar, derrotado, tentando conter a raiva que pulsava em cada músculo do seu corpo. Abaixei a cabeça, observando o chão frio do galpão antes de continuar.
GD: Agora vai embora. Te darei as instruções finais hoje à noite. Seja convincente com ela. Se perceber alguma desconfiança, já sabe o que vai acontecer, né?
Mala deu um passo à frente, deixando claro que a conversa tinha acabado. Soares se levantou devagar, ainda pressionando as costelas doloridas, e caminhou para fora sem olhar para trás.
Quando ele saiu, me virei para o Mala.
GD: Quero alguém seguindo o Soares a partir de agora. Ele não pode dar nenhum passo fora do que planejamos.
Mala assentiu, os olhos fixos na porta por onde Soares havia saído.
Mala: Pode deixar, chefe. Vou colocar alguém de confiança nisso. Se ele tentar escapar ou alertar a Verena, não vai dar nem tempo de pensar duas vezes.
Sorri, satisfeito. Tudo estava no caminho certo. Soares poderia tentar se rebelar, mas ele sabia que as consequências seriam bem mais altas do que ele estava preparado para enfrentar.
GD: Ótimo. Vamos manter o plano. A Verena não pode suspeitar de nada, pelo menos não ainda. Ela vai pra Búzios sem fazer ideia do que a espera.
O peso das próximas horas caía sobre nós como uma sombra, mas eu estava certo de que tudo sairia conforme o planejado.
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Amor ou Moral
أدب الهواةSinopse: Ao se apaixonar por GD, chefe do Complexo do Alemã, Hillary se vê em um dilema: seguir o caminho seguro e previsível que sua família planejou para ela ou arriscar tudo por um amor que a faz sentir viva. Enquanto os sentimentos intensos de H...