Capítulo 32

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Capítulo trinta e dois: "Eu fui predestinado a quê?"
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Narrador personagem: Breno
~ Complexo do Alemão, quarta-feira, 21:00

Acordei com o coração disparado, um som incessante de campainha ecoava pela sala. Me arrastei da cama, os pés descalços sentindo o frio do chão de cimento. A lâmpada do corredor piscava, criando sombras dançantes nas paredes. Com a faca que sempre mantinha na gaveta ao lado do colchão em mãos, fui até a porta, a respiração pesada.

Verena: Quem é? - Perguntei, tentando manter a voz firme, mas a insegurança escapava pelo tom.

Breno: Sou eu, Breno. - A resposta dele foi um alívio momentâneo, mas o tom de sua voz me deixou inquieta.

Abri a porta e quase desmaiei ao ver seu estado. Ele estava ensanguentado, a camisa branca manchada de vermelho escuro, como se tivesse saído de um filme de terror. O choque me paralisou por um instante; foi como se o tempo tivesse desacelerado. Senti uma força invisível me segurar para não cair.

Breno entrou rapidamente e fechou a porta com um estrondo. Ele me puxou para um abraço apertado e desesperado. O calor do seu corpo misturado ao cheiro de sangue e suor era avassalador.

Verena: O que houve? - A pergunta escapuliu entre os meus lábios, mas ele não respondeu. Apenas chorava.

Arrastei-o para o meu quarto, onde o colchão no chão esperava por nós. Sentamos juntos, a tensão no ar era palpável. Eu o encarava, tentando decifrar o que havia acontecido.

Verena: Alguém te machucou? - A preocupação transbordava em minha voz.

Breno: O GD... - Ele balançou a cabeça em negação, as lágrimas escorrendo pelo rosto machucado.

Verena: O que ele fez com você?

Ele puxou uma arma da cintura. Um frio percorreu minha espinha; me levantei rapidamente e ergui as mãos em sinal de rendição.

Breno: Fica tranquila, não vou fazer nada com você. - Ele deixou a arma cair no chão com um peso que parecia simbolizar seu fardo emocional e se levantou.

Encostou a cabeça na parede e começou a dar socos nela, como se quisesse expelir toda a dor que carregava dentro de si.

Verena: O que aconteceu, Breno?

Breno: Eu matei um cara. - As palavras saíram como um sussurro angustiado. Me afastei dele involuntariamente; cada palavra soava como uma facada no meu coração.

Verena: O QUÊ? - Minha voz transbordou indignação e desgosto. - E por que você veio logo pra cá?

Breno: Eu não queria. Ele era um estuprador; o GD me mandou fazer isso.

Verena: Mas ele ainda era uma pessoa! - A incredulidade dominava meu ser.

Breno: ELE ERA UM ESTUPRADOR! - Ele gritou com desespero nos olhos.

Verena: VOCÊ MATOU UMA PESSOA! - Tentei controlar minhas emoções, mas era impossível não sentir raiva e medo ao mesmo tempo.

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