Capítulo 18

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Capítulo dezoito: Entre Dor e Risos
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Narrador personagem: Hillary Verena
~ Complexo do Alemão, quarta-feira, 04:00.

A madrugada se arrastava lentamente, como se o tempo estivesse em um compasso de espera. Quatro horas da manhã... Gabriel estava deitado no sofá, a expressão contorcida pelo sofrimento, enquanto Larissa lutava contra o sono, seus olhos pesados como se fossem feitos de chumbo.

Verena: Lari... — chamei, com a voz suave, mas firme. Larissa ergueu o olhar, sua face marcada pelo cansaço. — Vai dormir um pouco, eu fico aqui com ele.

Larissa: Não consigo — respondeu Larissa, seus ombros caindo em resignação.

GD: Vai dormir, Larissa! — exigiu, sua voz carregada de autoridade.

Com um suspiro resignado, Larissa subiu as escadas, me deixando sozinha com Gabriel. Me sentei no chão, de frente para ele.

Verena: Por que não vai para o postinho? — perguntei, tentando quebrar o silêncio pesado.

Gabriel manteve os olhos fechados, ignorando-a como se estivesse em outro mundo.

GD: Por que não vai embora? — ele retrucou, a voz arrastada pela dor.

Eu respirei fundo e decidir que não iria desistir tão facilmente.

Verena: Eu vou — respondi, e para sua surpresa, ele abriu os olhos lentamente.

GD: Vai mesmo? — ele perguntou, uma pitada de incredulidade na voz. — Pelo menos uma notícia boa.

Verena: Quem tentou te matar?

Gabriel soltou um riso amargo.

GD: Tanta gente que quer minha cabeça... como vou saber? — Ele fechou os olhos novamente como se quisesse escapar da realidade.

Balancei a cabeça em desaprovação.

Verena: Ah.

Um grito repentino cortou o ar:

GD: AI!!!

Gabriel tentou se mexer e sua dor ecoou pela sala, me fazendo saltar de susto.

Verena: Será que analgésico serve pra dor? — perguntei hesitante.

GD: Como vou saber? — ele respondeu com sarcasmo.

Franzi a testa.

Verena: Primeira vez que leva um tiro?

Gabriel respondeu com desânimo:

GD: Pra minha infelicidade sim.

Eu o encaro surpresa. Era difícil imaginar alguém tão audacioso quanto ele sendo ferido por algo tão trivial.

Verena: Então não é tão perigoso assim — disse ao se levantar, buscando uma maneira de aliviar a tensão no ar.

Gabriel arqueou a sobrancelha.

GD: O que você quer dizer com isso?

Sorri ao pensar na lógica estranha que acabara de formular.

Verena: Quem faz medo tem o corpo todo cicatrizado: faca, tiros...

Ele riu sem humor:

GD: Quem é inteligente nunca vai se expor, inteligente.

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