Capítulo 19

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Capítulo dezenove: Desde Que a Verena Chegou...
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Narrador personagem: Gabriel Duarte (GD)
~ Complexo do Alemão, quarta-feira, 08:00.

Acordei e, ao abrir os olhos com uma certa dificuldade, me assustei ao ver Verena deitada com a cabeça no meu peito. O sol filtrava através das cortinas, criando um jogo de luz e sombras que dançava pela sala. Tentei me lembrar do que havia acontecido para chegar a esse ponto, mas minha mente estava um turbilhão. Uma dor forte latejava na minha cabeça, e eu fechei os olhos rapidamente, como se quisesse voltar ao sono e esquecer tudo.

Com um movimento deliberado, me mexi no sofá, tentando acordar Verena. Ela se espreguiçou lentamente, seus cabelos desgrenhados caindo sobre o rosto.

DG: O que aconteceu ontem? - perguntei, ainda confuso.

Verena abriu os olhos devagar, piscando algumas vezes até me reconhecer.

Verena: Você se embebedou, - respondeu ela, com um sorriso sonolento nos lábios.

DG: O quê mais? - insisti, sentindo que a situação era mais complicada do que parecia.

Verena: Você me beijou.

DG: Eu te beijei? - A incredulidade tomou conta de mim. Ela assentiu com a cabeça, e eu comecei a sentir meu rosto esquentar. - Por que eu te beijaria?

Verena riu suavemente, como se estivesse lembrando de algo engraçado.

Verena: Você se declarou pra mim. - Nesse momento, meu coração disparou. - Falou 'te amo' e tudo mais. - Com isso, ela se levantou do sofá e começou a caminhar em direção à porta.

DG: É sério? - perguntei preocupado, tentando processar suas palavras.

Verena: Não foi bem um 'eu te amo', mas foi quase isso. - Ela lançou um olhar por cima do ombro enquanto saía da sala, deixando-me ali sentado no sofá, emaranhado em pensamentos e emoções.

Meu coração estava uma montanha-russa de confusão e medo. O que eu tinha feito? Por que eu tinha feito? A imagem de Verena sorrindo para mim enquanto falava sobre o que aconteceu fazia meu estômago girar. Eu precisava entender tudo isso antes que fosse tarde demais. Levantei do sofá e fui atrás dela, decidido a esclarecer as coisas.

Parei em frente a porta do quarto de hóspedes — onde ela dormia — a porta estava aberta. Chamei-a algumas vezes, mas a mesma me ignorou.

Fui para o meu quarto, a cabeça ainda pesada com as lembranças confusas da noite passada. Entrei no banheiro e, ao tirar a roupa, me deparei com os hematomas que estavam espalhados pelo meu corpo. O reflexo no espelho me mostrava mais do que apenas marcas físicas; eram sinais de uma noite intensa e tumultuada. A dor na cabeça parecia insignificante perto da confusão emocional que me aguardava.

Entrei no boxe e deixei a água quente escorrer sobre mim. O vapor envolveu o ambiente, e por alguns instantes, consegui me desligar de tudo. A água batia na minha pele e eu fechava os olhos, tentando recordar o que tinha acontecido entre eu e Verena.

Depois de um banho demorado, saí do boxe e vesti uma bermuda preta com uma das minhas camisas do Flamengo. Coloquei meu cordão de ouro no pescoço, passei meu perfume favorito e prendi minha arma na cintura. Era hora de encarar as consequências.

Ao passar pela sala, Larissa gritou meu nome.

Larissa: Vai pra onde? Tá melhor? - Ela parecia preocupada, mas eu não tinha tempo para isso.

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