Capítulo quarenta e quatro: Entre Lealdade e Perigo
_____________________________Narrador personagem: Gabriel Duarte (GD)
~ Rio de Janeiro, segunda-feira, 08:00Acordar e não poder nem ao menos se sentar sozinho é uma tortura que só quem já passou sabe. E saber que tudo isso foi causado por quem deveria me proteger... eu nunca vou perdoar minha mãe pelo que ela fez. Depois do que aconteceu, a cama do meu quarto virou um lugar hostil. Estou dormindo no quarto de hóspedes, aqui embaixo, no primeiro andar.
GD: FÁTIMA! — gritei, sentindo a voz ecoar pelas paredes. Já devia estar acostumada com meu chamado.
Logo a porta se abriu, e lá estava ela, com aquela expressão calma e afetuosa de sempre.
Fátima: Oi, meu filho. Já acordou? — ela perguntou. Olhei pra ela sem responder, mas a resposta era óbvia. Ela sabia disso, mas o jeito maternal dela era me tratar como se fosse um garoto ainda. — Vai querer tomar banho agora ou vai tomar café primeiro?
GD: Não vou tomar café, tô sem fome. Quero que me dê banho, o Mala vem me pegar, vou sair pra resolver uns bagulho.
Ela hesitou por um segundo. Talvez por não concordar com o que eu estava dizendo, talvez por preocupação, mas logo voltou ao semblante sério.
Fátima: Até de cam... — Fátima parou no meio da frase, percebendo que ia falar algo que talvez eu não gostasse. — Desculpa, eu ia falar que nem mesmo nessas horas você para de trabalhar.
GD: Se eu parar, esse morro desmorona — respondi, sabendo que ela entenderia o peso das minhas palavras.
Fátima: Tá bom, filho, tá bom — ela sussurrou, resignada, e começou a tirar o cobertor que me cobria com cuidado.
Enquanto fazia isso, algo me veio à mente.
GD: Cadê Larissa?
Fátima: Saiu junto com sua mãe — respondeu, sem nem me olhar, como se já soubesse o efeito que essa informação teria.
GD: Eu queria saber como ela tem estômago pra olhar praquela mulher depois de tudo isso.
Fátima: Não guarde rancor da sua mãe, meu filho... — ela tentou, mas o tom dela era cauteloso, como se pisasse em terreno minado.
Eu não pude conter a explosão. Era uma ferida aberta que ela tocava.
GD: Fátima, você não lembra? Ela sumiu das nossas vidas por causa daquele homem! Deixou a Larissa pra que eu cuidasse. Se não fosse por mim, eu nem sei do que seria dela.
Fátima suspirou, mas concordou.
Fátima: Isso só aconteceu por causa daquela mulher...
GD: Que nada! Se Adriana se importasse com os filhos, não teria nos deixado — rebati, sentindo o peso de cada palavra. — Pelo contrário, me agradeceria pelo favor que fiz em tomar as rédeas.
Ela apenas assentiu, em silêncio, e me ajudou a sentar, movendo-me com cuidado para a cadeira de rodas. Estava na hora de tomar banho. Na hora que o som da água começou a correr, eu tentei aliviar o clima.
GD: Fátima, você já viu algum homem nu bonito igual a mim? — brinquei, deixando escapar um sorriso.
Fátima: Ah, menino... — ela riu e balançou a cabeça, negando, mas com um brilho divertido nos olhos.
Ela me levou até o banheiro e começou a me dar banho, com aquele carinho e cuidado de sempre. Era um daqueles momentos em que o silêncio falava mais do que qualquer coisa. Enquanto ela me ajudava a vestir a roupa, começou a cantarolar baixinho. Só uns sons sem forma saíam da boca dela, e eu fiquei olhando.
GD: Fátima?
Fátima: Hum?
GD: O que você acha da Verena?
Ela parou por um segundo, como se considerasse a pergunta com mais seriedade do que eu esperava.
Fátima: Não sei, Biel.
GD: Não gosta dela?
Fátima: Claro que eu gosto. É uma boa menina, serena, não arruma confusão com ninguém... mas ela continua sendo uma Verena. E, além disso, acho que ela é muito nova pra você. Acho que você deveria ficar com alguém do mesmo nível de maturidade.
GD: Verena é só um sobrenome, não quer dizer nada. Até porque, quando ela casar, ela vai tomar o nome da certidão.
Ela franziu o cenho, mas continuou, sem querer deixar o assunto de lado.
Fátima: Você ama ela?
Eu fiquei em silêncio por um momento, tentando entender o que eu mesmo sentia.
GD: Não sei, acho que sim.
Fátima: Acha?
GD: Eu não sei, Fátima. Nós nunca tivemos um momento íntimo, tá ligado? Mas eu me preocupo com ela, eu sinto algo diferente quando estou com ela. Eu sinto a mesma coisa que sentia pela mãe dela, ou até maior.
Fátima me olhou de lado, pensativa.
Fátima: Mas você mesmo dizia que não queria ela aqui, viviam se implicando.
GD: Mas eu gostava da implicância — confessei, deixando escapar um sorriso bobo.
Fátima: Não deixa sua mãe saber disso — Fátima alertou, com aquele tom preocupado.
GD: Relaxa — eu disse, tentando tranquilizá-la.
Assim que terminei de me vestir, o som de um motor lá fora indicava que O Mala já estava no ponto. Ele apareceu na porta com aquele jeito despreocupado de sempre.
Mala: E aí, Dona Fátima, de boa?
Fátima: Tô bem, meu lindo. E você? — ela respondeu, com a mesma afeição.
O Mala concordou com um aceno, e eu já me preparava pra sair.
GD: Vamos. Fátima, se alguém perguntar por mim, não fala nada.
Fatima: Sua mãe vai me pressionar — ela murmurou, com um certo receio no olhar.
Eu já sabia que ela tentaria descobrir onde eu estava, mas a deixei com uma resposta pronta.
GD: Então diz que eu fui na casa de Nicole ver o Breno.
Ela assentiu, e eu segui meu caminho.
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Amor ou Moral
FanfictionSinopse: Ao se apaixonar por GD, chefe do Complexo do Alemã, Hillary se vê em um dilema: seguir o caminho seguro e previsível que sua família planejou para ela ou arriscar tudo por um amor que a faz sentir viva. Enquanto os sentimentos intensos de H...