Capítulo 22

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Capítulo vinte e dois: Noite de confissões
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Narrador personagem: Gabriel Duarte (GD)
~ Complexo do Alemão, quarta-feira, 21:00.

Saí da casa da Nicole e fui em direção à Verena. Peguei a moto e acelerei, a adrenalina correndo nas veias. Sabia que precisava encontrá-la.

Ao virar a esquina, avistei Verena. Acelerando um pouco, parei a moto ao seu lado, fazendo-a tomar um leve susto.

Verena: Ai! — ela exclamou, colocando a mão no peito, os olhos arregalados.

GD Foi mal, não queria te assustar — respondi, tentando me desculpar enquanto observava sua expressão de desagrado.

Ela me encarou com um olhar magoado, e eu senti um aperto no peito.

GD: Sobe aí, eu te levo pra casa — pedi, tentando quebrar o gelo. Ela balançou a cabeça em negação. — Vamo, sobe... Eu sei que tu tá puta com o Breno, mas eu prometo que vou dar mandar o papo nele depois.

Verena: Não quero que você bata em ninguém por minha causa — ela retrucou, firme.

GD: Fica tranquila. Vai, sobe — insisti, e finalmente ela hesitou antes de subir na moto. Notei que ela teve dificuldade para se acomodar, então a ajudei a se equilibrar antes de dar partida e seguir rumo à casa dela.

O percurso foi silencioso. A brisa do vento parecia carregar suas preocupações, mas eu sabia que tinha que fazer algo para ajudá-la.

Chegamos em casa e Verena subiu direto para o quarto dela sem trocar uma palavra comigo. A frustração começou a crescer dentro de mim. Sem paciência, segui seus passos até a porta do seu quarto.

A porta estava entreaberta; entrei sem pensar duas vezes. Ela estava emborcada na cama, os ombros tremendo enquanto chorava silenciosamente. Me aproximei cautelosamente, sem saber exatamente como agir.

GD: A gente não aceita esse tipo de coisa aqui — comecei, tentando firmar minha voz.

Verena: Como filho do chefe, achei que ele tinha aprendido alguma coisa — respondeu ela entre soluços, sem olhar para mim.

Sentei-me ao seu lado na cama. O silêncio pesado nos cercava.

GD: Eu e o Breno não tivemos muita convivência. Quando eu conheci ele, já era grandinho — expliquei com sinceridade.

Ela se levantou lentamente e ficou ao meu lado, parecendo mais fragilizada do que nunca.

Verena: Por que você não me falou que tinha um filho? — indagou, passando a mão no rosto para enxugar as lágrimas.

GD: Eu ia falar... se você realmente fosse minha filha — respondi honestamente.

Verena: Tanto faz também — deu de ombros, mas percebi uma tristeza profunda em sua voz.

GD: Verena — chamei suavemente e ela me olhou nos olhos. — O Breno tocou em você? Tipo... — olhei discretamente para suas mãos como se procurasse uma resposta ali.

Verena: Não. Ele só segurou meu braço e falou aquelas coisas horríveis — respondeu com um tremor na voz.

GD: Tendi — murmurei, assimilando suas palavras.

Verena: Eu não quero que ele me odeie por isso — disse ela baixinho.

GD: Por que ele te odiaria?

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