— Oi, meu nome é Ashton, e eu tenho oito anos. – apresentou para os seus novos colegas de turma, confiante, porque conseguiu colocar presilhas no cabelo e estava com sua mochila amarela cheia de flores vermelhas. – Podem me chamar de Ash, se quiserem.
— Obrigada, Ash, pode se sentar.
Ela tomou seu lugar na terceira cadeira na fileira. Seus olhos vagaram pela pequena sala repleta de murais coloridos parando no rosto familiar que encontrou. Acenou com um sorriso, porém ele apenas arregalou os olhos e desviou o olhar para a professora. Ash permitiu que seus ombros caíssem por um instante, pensando no sucesso que os irmãos teriam naquela escola sem graça.
Odiava não ter suas grandes amigas e não poder falar sobre seu relógio novo que brilhava no escuro, também era entediante não poder convidar ninguém para dormir no seu quarto novo. Ela tentou ligar para suas amigas, porém a linha telefônica ainda não funcionava corretamente, então apenas aceitou o azar.
Durante o intervalo sentou-se sozinha, longe das grandes mesas e das crianças mais velhas.
Ninguém se aproximou de Ashton, ou quis saber o motivo do seu nome. Pensou por um instante que deveria cutucar a menina a sua frente para lhe pedir ajuda na matéria passada no quadro, porém negou-se mais uma vergonha.
Na saída fora alcançada por Jason, e ele segurou na alça da mochila amarela nas costas da irmã, obrigando-a a deixa-lo carregar.
— Como foi?
— Divertido.
— Fez amigos?
— Muitos. Nem gravei o nome de todos.
— Muito popular minha irmãzinha de pompom.
Sem amigos, era obrigada a seguir os irmãos por aonde iam. Eles ainda brigavam, mas tinham seus próprios problemas. Jason estava se exercitando para a faculdade e Travis tentava conseguir uma vaga no futebol. Os dois tinham o mesmo objetivo, e comiam bastante para obter uma vaga na NFL.
Era impossível uma menina de oito anos achar agradável ficar entre dois brutamontes que só sabiam falar cuspindo e repetindo palavras sujas, então se rendeu a avó que fazia tudo com mais lentidão e menos precisão. Asher descobriu que era uma boa ajudante para idosas, e ficou contente por não ouvi-la berrar palavrões no corredor porque o irmão mais novo queria entrar no banheiro pela quinta vez seguida.
— Precisa ter cautela para não quebrar, mas se quebrar, podemos refazer ou apenas nos apaixonar. – nonna explicou incentivando a neta.
Ash entendeu que a avó possuía um ateliê no fundo da casa porque era uma artista. Não fazia ideia que aquela casinha era para guardar tesouro, pois todas as poucas vezes que a visitou ouviu Travis contar que ali estava guardado o corpo do avô deles. Sempre se afastava antes que alguém pudesse leva-la até lá.
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American ✔
Hayran KurguCrescer não era fácil, principalmente para uma garota medrosa com um grande coração. Sua vida esteve por muito tempo rodeada de altos e baixos, desamor e ofensas. A todo instante precisava desviar de uma lâmina afiada para não guardar mais uma profu...