Crescer não era fácil, principalmente para uma garota medrosa com um grande coração. Sua vida esteve por muito tempo rodeada de altos e baixos, desamor e ofensas. A todo instante precisava desviar de uma lâmina afiada para não guardar mais uma profu...
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Asthon amava viagens longas de carro. Ela sentava no meio dos irmãos e batia palmas no ritmo da música que eles berravam um para o outro para se irritar. Ás vezes um pouco de saliva caia nela, mas era um pequeno preço a se pagar. Não havia paz para quem se sentava no campo de batalha. As bonecas que ganhara ao longo dos anos viravam armas poderosas nas mãos dos irmãos, e eles não cessavam fogo até que estivessem finalmente do lado de fora do veiculo.
Asher não era o suficiente para separa-lo, apesar dos pais tentar usa-la como bandeira branca para diminuir as brigas.
Ser uma menina delicada entre dois garotos brigões era impossível. Ela precisou aprender a lidar com toda a loucura proporcionada pelas discussões intermináveis e compreender que muitas das vezes não queriam dizer aquelas palavras cruéis com tanta fúria. Muitas das vezes era atingida por almofadas, comida, carrinhos, e até mesmo livros.
— Chegamos! Fora do carro! – ouviu o pai mandar para os filhos, vendo-os pular para fora sem questionar.
Asthon colocou os pés para fora com as sandálias novas do ursinho Pooh, arrependendo-se ao ser atingida por um dinossauro com patas queimadas.
— Você a acertou! – Travis gritou para o mais velho antes de correr com toda sua fúria e derrubar Jason no chão – Eu vou te matar!
— Acho que vou morrer. – a mãe dos três colocou a mão no peito olhando para o céu em busca de algum sinal divino que pudesse parar os dois garotos que rolavam na gramada igual a selvagens.
Eles estavam muito ocupados tentando acertar um ao outro para notar os caminhões enormes parados na frente da nova casa. Ash parou perto do veiculo gigantesco com os olhos arregalados, impressionada com o compartimento que mantinha todos os seus objetos mais preciosos. Daquela distancia conseguia enxergar a cama amarela, o guarda-roupa e a penteadeira que ganhou do pai.
— Quem é você? – perguntou para o estranho que levava partes da sua cama – O que está fazendo?
— Ash, deixe o homem trabalhar. – fora empurrada delicadamente para o outro lado, vendo Travis roubar a bola da mão de um estranho e arremessar para Jason que esperava do outro lado da rua.
— Fraco! – Jason debochou do mais novo mostrando a língua – Pega essa, Asher! – berrou.
Ela esticou os braços e fechou os olhos, recebendo a bola contra o peito. Não houve dor, o que era bom. Os aplausos e gritos fizeram com que abrisse os olhos com um sorriso e segurasse a bola.
— Eu consegui.
— Tá vendo, nem todas as garotas servem para ser líderes de torcida! – Travis comentou com grande orgulho – Agora joga com toda sua força, Ash! Estou pronto.
— Acaba com esse cretino!
— Ei! – o pai do trio repreendeu Jason – O que eu disse sobre palavrões?
