Andreia estava em seu escritório, cercada por pilhas de papéis e uma tela de computador iluminada que exibia e-mails e relatórios. Sua caneta se movia automaticamente, mas sua mente estava longe daquele mundo profissional. Ela olhava fixamente para a foto de Sofie em sua mesa, um sorriso radiante iluminando seu rosto, a barriga de grávida formando um contorno lindo sob o vestido delicado.As lembranças vieram como um furacão, e, sem perceber, os olhos de Andreia se encheram de lágrimas. Como chegamos tão longe? O arrependimento e a dor a sufocavam lentamente, e ela se sentia perdida.
Era uma noite nublada e chuvosa quando Sofie entrou em coma, logo após o parto. Cada segundo que passava parecia um torturante teste de paciência e amor. Eu tinha permanecido ao lado da cama de Sofie, segurando sua mão, um desespero crescente pulsando em meu coração. Me lembrava das horas passadas observando os monitores, o som dos batimentos cardíacos ecoando em meus ouvidos como o mais sombrio dos sinos.
"você vai voltar para mim, eu sei que vai, por favor, meu amor, seja forte!" ela sussurrou, sua esperança quase desaparecendo. As lágrimas escorriam por seu rosto enquanto ela tentava se manter forte, lembrando-se de todas as promessas que haviam feito juntas: dias de sol e risadas, planos para as crianças que agora tinham 17 anos.
“Eu não posso perder você.” Andreia havia murmurado, enquanto a dor a atingia em ondas. Havia uma nebulosa entre a vida e a morte, e cada dia que passava trazia consigo uma nova batalha que ela lutava em seu coração. Durante aqueles dez dias, Andreia passou pelas montanhas-russas emocionais, sem saber se veria Sofie abrir os olhos novamente.
Sentiu as lágrimas queimarem seu rosto, reviver aquele momento sempre trazia uma dor característica ao peito de Andreia, a dor do medo de perder sua esposa.
Andreia conseguiu se afastar da tormentosa lembrança, mas os ecos de um tempo mais feliz insistiam em visitar sua mente. A imagem de Sofie acordando do coma inundou seus pensamentos, e um sorriso involuntário surgiu em seu rosto ao recordar a alegria que havia preenchido o quarto naquela manhã mágica.Sofie abriu os olhos lentamente, sua expressão confusa, mas logo, ao ver Andreia, um sorriso iluminou seu rosto. “Você está aqui! Eu… eu estou viva?” A lista de perguntas era interminável, mas a felicidade estava estampada em seus olhos assim que Andreia a abraçou, lágrimas de alívio escorrendo pelo seu rosto.
“Sim, amor! Você está de volta!” As palavras saíram como um suspiro de gratidão.
Desde então, a vida a dois havia se tornado uma sinfonia de risos, abraços e momentos que pareciam eternos. Como aquelas manhãs em que cozinhavam juntas na cozinha, o cheiro de pão fresco permeava o ar, enquanto Sofie cantava músicas antigas misturando a massa. Andreia podia sentir a felicidade vibrando entre elas, e aqueles momentos se tornaram suas pequenas tradições, onde o amor se misturava com o sabor da comida caseira.
Em meio às risadas, estavam lá as pequenas travessuras de Cecília e Henry, quando pareciam mais como um furacão de energia, fazendo rodopios pelo ambiente, enquanto Sofie e Andreia, exaustas, tentavam acalmá-los. Quando finalmente conseguiam, era um espetáculo de amor; Sofie, com um jeito delicado, balançava os bebês no colo, aconchegando-os, enquanto Andreia preparava uma canção suave.
Mas, conforme os anos foram passando, Andreia começou a notar que esses momentos de alegria estavam se tornando escassos. Ela se lembrou das noites em que dormia no sofá da sala , mas que pela madrugada sentia o corpo quente de Sofie que se aconchega aos poucos no corpo dela, e em sua maioria matavam a saudade uma da outra com rodadas de sexo envolta dos cobertores. “Desculpe por estar tão fria." Essa era a frase que soltava Sofie depois das transas intensas.
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Os Olhos Cor Chocolate
Romance*Conteúdo explícito, contém cenas sexuais (Intersexual) Sofie é uma jovem esforçada em seu futuro, passa em sua faculdade dos sonhos e com isso faz uma viagem da qual muda a sua vida Para sempre. Andreia uma mulher madura , fechada e com sua prof...