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Richard Ríos

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Richard Ríos

Já tem quase uma semana desde que fomos jantar, eu falo com elas todos dias, os pais da Vitória ficaram meio reciosos no começo e eu entendo o lado deles também, mas aos poucos eu vou conquistar não só a confiança deles mas a da Vitória também, ela não me da muita abertura e não conversamos sobre nada que não seja sobre nossa filha.

Hoje meu treino começaria um pouco mais tarde e eu pensei em levar elas pra tomar café e depois convidá-las pra ir assistir. Também liguei para meus pais e contei sobre a Maju e toda história com a Vitória, é claro que eles ficaram empolgados com a ideia de ter uma neta já que não tiveram filha mulher, mas também não deixaram de me cobrar do quanto eu fui um idiota com elas. Prometi que assim que tivesse tudo resolvido eu levaria a Maju e a Vitória para conhecê-los.

Estacionei o carro em frente ao seu prédio e assim como das outras vezes eu consegui entrar sem dificuldades já que nem se quer porteiro tem, o que me fez refletir que elas deveriam morar em um lugar melhor e mais seguro principalmente.

Toco a campainha do seu apartamento e quem me recebe é Cintia sua mãe, antes mesmo que ela possa pedir para que eu entre Maju corre e me abraça, ali na porta mesmo, sem que ninguém pedisse. Estou em choque já que essa é a primeira vez que isso acontece, aproveito o momento e sinto passos atrás de mim, viro meu rosto para olhar quem quer que seja e vejo Vitória rir, com as sobrancelhas levantadas, olhando para nós dois. Essa mulher rindo e essa garotinha feliz… Fecho os olhos e aproveito cada segundo.

— Bom dia princesa! — digo enquanto ainda estamos abraçados.

— Bom dia! Diz bom dia, mamãe — ela pede.

— Bom dia, Richard.— Vitória obedece, baixinho.

De baixo, a analiso por completo. A pele bronzeada, as bochechas rosadas pelo sol… Os olhos verdes e doces, as sobrancelhas grossas, os cílios escuros... Perfeita para caralho.

— Bom dia, linda.

Ela tomba a cabeça pro lado e eu sorrio, sem me corrigir. Não tem como não chamá-la de linda. Me coloco de pé. Vitória para ao meu lado e cruzando os braços.

— O que ? — pergunto, me fazendo de inocente.

Ela suspira pelo nariz, me olhando de cima a baixo como fiz há pouco.

— Vai me chamar de lindo também?

— Lembra? Sem flertes.

— Isso está longe de ser um flerte meu, Vi. Você sabe quando estou flertando.

Sua garganta oscilou e eu tive que fazer um esforço enorme para não sorrir.

— Na verdade, esqueci.

Mentirosa!

— Bem, se quiser lembrar, é só pedir.

Ela morde a ponta da língua, balançando a cabeça em negação, mas vejo um vislumbre de um sorriso quando passa por mim e entra no apartamento, Maju não perde tempo e também me puxa para dentro.

— Você não tem treino hoje ?

— Tenho e é por isso que estou aqui tão cedo, queria convidar vocês pra tomar café e irem assistir o treino hoje.

— Podemos ir mamãe ?

— Você pode florzinha, mas a mami precisa trabalhar, porém podemos tomar café juntos aqui em casa, tenho certeza que o vovô deve ter preparado o melhor café de todos.

Vitória fala mas não diretamente para mim, apesar de saber que está me incluindo no "juntos". Maju parece conformada e novamente me arrasta pelo apartamento e nos leva até a mesa onde seus avós estão colocando as coisas para o café.

Sentamos os 5 a mesa em um silêncio um tanto estranho quando do nada Maria Júlia começa a rir como se alguém tivesse acabado de contar a piada mais engraçada do mundo e nos olhamos tentando entender o que ela viu de tão engraçado.

— Qual foi a graça florzinha? — Vitória pergunta.

— Nada demais mamãe.

— Conta pra gente o que foi, assim podemos rir junto com você. — Vitória insiste.

— Eu estava aqui pensando, o vovô quer que eu goste do Flamengo, o tio Diego quer que eu goste do São Paulo, o meu pai joga no Palmeiras...

— E qual a graça nisso querida? — agora é Cintia que questiona, já que ninguém ainda entendeu a linha de raciocínio da pequena.

— Imagina se eu resolvo gostar e torcer para o Corinthians? — Ela diz e volta a rir sozinha de novo.

Os outros três acabam indo na onda dela e rindo também, enquanto eu sinto meus olhos arderem mais uma vez, e não é pela possibilidade dela torcer para o Corinthians porque sei que ela não me decepcionaria dessa forma, mas sim porque essa é a primeira vez que ela realmente me chama de pai.

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