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Vitória Almeida

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Vitória Almeida

Eu não deveria estar chorando pelo Richard, e é patético que eu esteja. Patético para caralho, mas não consigo evitar. Caminho para o quarto o mais rápido possível, com receio de que Maju me veja, ela dorme pesado, mas nunca se sabe. Tranco meu quarto, tentando respirar, e afundo na cama, levando as mãos ao rosto, e desabo.

Desabo como nunca antes, choro tanto que meus ossos parecem quebrar, meu coração parece incapaz de resistir e cada veia no meu corpo dói. Meus pulmões queimam. Minha cabeça está tão cheia que só quero que pare. Só quero que essa dor pare. Só quero nunca ter me apaixonado por ele e aquele sorriso idiota. Ou todos os outros que me deu desde que voltou para minha vida.

Mas é o que dizem, não é ? Garoto conhece garota, garota acaba com o coração partido. É a história mais velha na face da Terra e mesmo assim continua se repetindo. Comigo, principalmente, sempre comigo, e sempre por ele.

Não consegui dormir. O dia amanheceu e eu estava sozinha, na cama, esperando o alarme tocar para acordar Maju e irmos para o trabalho. Levanto como se a minha cabeça tivesse pesando muito, e não tenho coragem para acordá-la. Paro em frente à porta do seu quarto e bato, hesitante. Quando abro, ela ainda não acordou, me aproximo devagar, com o coração em frangalhos, e eu só consigo pensar: “por favor, Richard, por favor, não a magoe também”.

Maju parece sentir minha presença no quarto e abre os olhos devagar.

— Bom dia, mami.

— Bom dia, florzinha. Dormiu bem? — Ela confirma, com um sorriso contido e eu deixo um beijo na sua testa. — Seu pai está te esperando.

— Não quero ir hoje, posso assistir o treino do tio Diego?

— Está tudo bem, florzinha ?

— Sim. — responde mas não me encara e eu sei que tem algo errado.

Mordo o canto da boca e respiro fundo. Me sento à beira da cama e acaricio seu rosto, admirando cada pedacinho dela. A única coisa boa que Richard me trouxe. Mesmo que me lembre tanto dele.

Maju não comeu tanto no café e seguimos para o CT em silêncio dentro do carro, a ideia era ela passar o dia com o Richard já que eu tinha algumas fotos fora pra fazer hoje para uma publicidade do clube, mas com a mudança de planos sei que o Diego vai gostar de estar com ela.

...

— Bom dia lindinha, pronta pra se divertir ? — Diego pergunta e a minha filha da um sorriso fraco, concordando com a cabeça, com certeza tem algo acontecendo e eu não quero acreditar que ela tenha escutado nada relacionado a noite de ontem.

— Obrigado por ficar com ela, acho que as fotos não vai demorar muito.

— Relaxa Vi, por conta dessas fotos o treino hoje vai ser mais tranquilo. — concordo com a cabeça. — Vocês conversaram ontem ?

— Sim.

— Não vem com resposta genérica pra mim não.

— Acabou tudo Diego, e chega a ser irônico já que nem tínhamos nada.

— Você pelo menos deixou ele se explicar ?

— Deixei e sabe o que ele me disse ? Que amava ela e não era justo, ja que ela sempre esteve ao lado dele, mas que ele não deixaria faltar nada para Maju.

— Eu sinto muito Vi. Mas ainda não faz sentido pra mim. Dava pra ver na cara dele...

Eu odeio que meu coração concorde. Sinto que talvez ele esteja em estado de negação.

— Não quero mais falar sobre isso Diego, eu preciso ir agora, qualquer coisa você me liga.

— Pode deixar comigo.

...

Deixei a Maju no CT com o Diego por volta das 9 horas da manhã e agora já passava das 14 horas da tarde, eu ainda nem tinha parado para almoçar mas pelo menos conseguimos finalizar todas as fotos quando sinto meu celular tocar. Suspiro, preocupada, olhando para o número na tela e levo o telefone ao ouvido, ao aceitar a chamada.

— Alô.

— Oi, Vi! Desculpa te ligar, mas a Maju se trancou e não quer sair do vestiário.

Toco os cantinhos dos olhos, tentando respirar fundo. Xingo baixo, porque eu sabia que tinha algo errado com ela hoje de manhã.

— O que aconteceu Diego ?

— Antes do treino acabar, ela foi pro vestiário. Tentei ir atrás dela mas a Maju se trancou em uma das cabines. E diz que só quer ir embora com você.

— Já encerramos por aqui e chego em uns 30 minutos.

— Me desculpa mesmo tá?

— Tudo bem, até logo.

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