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Vitória Almeida
Eu nasci e fui criada no Rio de Janeiro, e não pretendia me mudar tão cedo, mas a vida nem sempre é como nós planejamos, então pensando em um futuro melhor para a minha filha eu resolvi aceitar a proposta que o São Paulo me fez há 2 anos atrás e nos mudamos, meus pais continuaram no Rio e tentaram de todas as formas me convercer a deixar a pequena Maju com eles, mas eu não seria capaz de deixar a minha filha, então há cada 15 dias ou eles vinham para São Paulo ou a gente ia para o Rio.
Eu sei o que vocês devem estar pensando, o CT do São Paulo é literalmente colado ao CT do Palmeiras, o atual clube onde aquele ser que eu recuso falar seu nome, joga. Mas não, graças a Deus não nos encontramos uma única vez se quer. Em todos os "choque-rei" eu inventei alguma desculpa e mandei outro fotógrafo em meu lugar, ele provavelmente nem lembra da minha existência, assim como eu não deveria lembrar da dele.
Hoje é nosso aniversário, Maju está completando 4 anos e eu 24, e como presente ela escolheu passar o dia no CT comigo, e eu sabia bem o motivo, não tinha um único funcionário do CT que não gostasse dela, toda vez que ela estava lá se tornava o centro das atenções, Maju é uma menina esperta e encantadora, infelizmente ela parece muito com ele, mas até hoje ninguém nunca me questionou sobre isso, para todos os pai da Maju é algum desconhecido.
Estávamos a caminho do CT, faltava pouco menos de 3km quando meu carro começou a falhar e simplesmente parou, eu tentei ligar ele novamente, fiz todos os teste que o meu pai me ensinou mas nada adiantou, maravilha! Além de chegar atrasada ainda vou precisar acionar o seguro.
Peguei o meu celular e antes que eu pudesse ligar para a seguradora o nome do Diego aparece na tela, Diego e eu nos aproximamos muito desde que cheguei, ele é um dos poucos jogadores que não tem filho e um dos que mais mima a dona Maria Júlia, ele se autointitula padrinho da minha filha. E não, nós nunca ficamos, não por falta de investidas dele, mas porque eu peguei trauma de me envolver com jogador, então somos apenas bons amigos. Olho novamente para o celular e atendo sua ligação.
Bom dia Vi, cadê vocês ? Achei que minha afilhada ia vim comemorar o aniversário com o melhor padrinho do mundo.
Bom dia Diego, tivemos um problema com o carro, vou me atrasar.
Onde vocêsestão? Porque não me ligou ?
Estamos a menos de 3km do CT, fica tranquilo eu já estava indo ligar para a seguradora quando você ligou.
Aguenta ai, chego em 10 minutos.
Nãoprecisa...
Eu por acaso pedi sua autorização? Estou te avisando que chego em 10 minutos. Tchau.
E sem me dar chance de negar a ajuda ele desliga o telefone na minha cara, eu estou do lado de fora do carro enquanto converso com a Maju que ainda está sentada no banco de trás, alguns carros param e oferecem ajuda mas eu apenas agradeço e nego informando que não precisa.
Ouço alguns passos atrás de mim e antes que eu me vire para conferir quem é a voz que eu conhecia bem soou e eu paralisei, não é possível uma coisa dessas, porque meu carro tinha que quebrar justo hoje? Isso só pode ser fruto da minha imaginação, não, não, não...
— Moça precisa de ajuda ?
E então eu finalmente crio coragem e me viro para encará-lo, depois de mais de 4 anos evitando esse momento, o sorriso gentil morre em seu rosto assim que ele me reconhece e vejo ele engolir em seco.
— Vitória? O que você tá fazendo aqui ?
É sério? Depois de tanto tempo é isso que ele tem para me dizer ? Eu não consigo responder, meu corpo e minha mente parecem estar no automático, sinto um braço me abraçar de lado e deixar um beijo na lateral da minha cabeça, saio do transe e vejo que é o Diego.
— Conseguiu falar com a seguradora Vi ?
— Consegui sim, eles disseram que devem mandar alguém.
— Beleza, vou esperar aqui com vocês e vamos juntos, cadê a minha princesinha?
Ele nem precisa terminar de falar e a dona Maju abre a porta do carro e pula no colo dele sorrindo. Richard permanece parado na nossa frente observando a interação do dois.