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Richard Ríos

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Richard Ríos

Quando o treino acaba, é o momento mais aguardado do dia para muitos jogadores. Mas pode ser um pesadelo para quem não tem uma casa para ir. Não digo no sentido literal, eu tinha um bom apartamento. Só não era tão bom assim quando eu estava sozinho.

Toda minha família ainda mora na Colômbia e apesar de sempre está por aqui o Juan também tinha a própria vida pra cuidar, a maioria dos meus amigos eram os colegas do time. De muitas formas, sempre foi Richard Ríos contra o mundo, pelo menos depois dela. A única pessoa com quem senti que finalmente construiria uma família foi a única pessoa que me fez pensar que não enfrentaria o mundo sozinho e também foi a única que destruiu meu coração.

Porra, o nosso lance era real... Intenso! Ela era diferente. Tipo, deliciosa pra cacete, com uma paixão que explode! Cada momento, cada toque, era como se o resto do mundo fosse pro inferno. Ela se entregou de uma maneira que eu nem imaginava ser possível. Tinha um fogo ali, um calor que devorava tudo, uma
conexão tão fodida que a gente mal conseguia ficar longe um do outro. Era tipo um vínculo insano que estourava, e, de repente, do nada, ela termina tudo, como se eu tivesse feito a merda do século. Mas que porra eu fiz? Toda aquela paixão dela virou gelo, e a pessoa que eu conhecia, que se jogava de cabeça, sumiu. Foi triste pra caralho ver uma pessoa que era tão apaixonada se distanciando tanto.

Mas o que doeu mesmo foi quando eu recebi as fotos dela com outro cara do time, o cara que ficou no meu lugar. Cada olhar dos dois parecia um soco no estômago, desenterrando todas as memórias que a gente tinha juntos. Vê-la tão perto dele, como se nunca tivesse rolado nada entre nós, me quebrou. Foi mais pesado do que consigo explicar vê-la entregue, de um jeito que pensei que seria só nosso, mas agora era com ele.

Pô, que porra aconteceu com ela pra agir assim? Onde foi parar aquela paixão toda que ela tinha por mim? E todas as declarações que me fez? Promessas que fizemos? Pensar nessas merdas me mata até hoje. E qual foi meu próximo passo? Fingir que não machucava? Eu fiz isso, mas era uma merda beijar outra boca quando a minha estava louca de saudade dela. Seguir em frente é o que todos fazem e deveria ser fácil.

Alguns dias depois do término ela me mandou uma mensagem, poderia ser uma mensagem pedindo pra gente conversar, se desculpando por tudo que aconteceu, mas não, era um teste de gravidez, indicando que o resultado era positivo, consumido pela raiva de ter sido abandonado por ela eu respondi da forma mais idiota possível:

“Como vou saber que é meu?”

Eu fui um idiota. Idiota pra caralho. Se eu tivesse conversado com ela as coisas teriam sido diferentes, mas eu estava bravo, era imaturo, orgulhoso demais e toda vez que digitava alguma mensagem, apagava.

Ela apenas visualizou e quando tentei procurá-la Vitória sumiu do mapa. Não a encontrei em redes sociais, claramente trocou de número e foi embora. Sem me dar chance alguma de reconquistá-la. Por todos esses anos, eu me perguntei se ela me via pela TV, se sentia algum orgulho, se sentia saudade, se lembrava que tinha me prometido assistir cada um dos meus gols porque cada um deles era dela.

...

Estou a caminho do CT, hoje eu resolvi sair de casa mais cedo do que o normal, o trânsito hoje está tranquilo e nem parece o inferno que é São Paulo às 8h da manhã. Já próximo ao CT vejo um carro parado no acostamento e uma mulher em pé parada enquanto conversa com uma criança que está dentro do carro, isso não deveria chamar minha atenção, mas algo me faz parar e oferecer ajuda.

Assim que eu me aproximo percebo que na verdade quem vai precisar de ajuda sou eu.

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